Autor: Lusa / AO online
“Estamos muito interessados em parcerias com universidades portuguesas e talvez venha a ser concretizada uma parceria com a Universidade Católica”, salientou hoje o director da Fundação Russkiy Mir na inauguração em Macau do quarto centro russo na China e do 41º a nível mundial.
O conselheiro de Putin e ex-membro da KGB (serviço secreto russo) salientou a importância de abrir um centro em Portugal, "onde há uma grande comunidade que fala russo, a maioria proveniente da Ucrânia”, e classificou como “realista” a concretização do projecto em 2010 ou 2011.
A meta será conseguida através da inauguração de um centro da Fundação Russkiy Mir em Macau no Instituto Inter-Universitário, detido por uma fundação em que participam a Universidade Católica e a Universidade de Macau, ficando, deste modo, facilitada a entrada da Russkiy Mir em Portugal.
Falado da Nova Zelândia à Argentina, o russo é a quarta língua mais usada no mundo e foi a primeira a ser falada no espaço, realçou o director da fundação do actual primeiro-ministro da Rússia.
Para salientar a importância da língua russa, Nikonov lembrou que a Rússia é a sétima maior economia do mundo, que prevê crescer cinco por cento em 2010 e que ambiciona vir a ocupar a quinta posição, quando a China liderar a tabela, através da diversificação de sectores, além do energético, e de uma aposta forte nas altas tecnologias.
“Os centros Russkiy Mir pretendem, à imagem, por exemplo, dos British Council e dos Institutos Confucionistas, difundir a língua e cultura russa por todo o mundo, através de espaços onde se ensina a língua e se disponibilizam materiais sobre a cultura do país e que poderão servir ainda para encontros entre a comunidade russa”, explicou o responsável.
“Não encaramos estes centros como instituições políticas, mas como unidades académicas. Quanto mais as pessoas aprenderem russo melhor compreenderão o país, pois encontramos muita ignorância sobre a Rússia por todo o mundo”, sustentou.
O “cantinho da Rússia” em Macau, onde residem cerca de duas centenas de russos, resulta de um investimento de 40 mil dólares americanos (cerca de 27 mil euros) da Fundação Russkiy Mir, que conta com fundos públicos e privados.
Estão ainda planeadas inaugurações em Hong Kong e Cantão, em 2010, que se juntarão a 70 centros que têm já contratos assinados para abrirem portas “em quase todos os países do mundo, com a excepção de alguns estados africanos”, referiu Nikonov.
A Russkiy Mir (ou Russian World Foundation, em inglês) dispõe de 41 centros em universidades de todo o mundo - inclusive na Coreia do Norte - com a mesma imagem e tipologia de materiais e funções, que foram projectados em 2007 por Putin, quando estava na presidência do país, numa altura em que a Rússia lucrava com os preços recorde do barril de petróleo.
“Talvez estes centros visem também aumentar a influência e atrair a atenção da comunidade internacional para a Rússia, de modo a fazer frente, não à China, que é um parceiro forte, mas à União Europeia”, referiu o director do centro em Macau, Michael Share.