França com serviço militar voluntário no verão para alcançar 50 mil jovens em 2035

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a criação de um serviço militar voluntário, a partir do verão, com o objetivo de alcançar um total de participantes de 50 mil jovens em 2035



Discursando na base do Regimento de Artilharia de Montanha (RAM, na sigla francesa), nos Alpes, perante forças especializadas em ações sob condições climatéricas extremas, o chefe de Estado de França descreveu que se tratará de um treino "puramente militar", por um período de 10 meses e "exclusivamente em território nacional".

“O principal alvo serão jovens de 18 e 19 anos", contando com três mil pessoas no verão de 2026, antes de atingir as metas de 10 mil em 2030 e de 50 mil por ano em 2035, disse, defendendo que a “juventude anseia envolver-se” e está "pronta para defender a pátria".

França foi dos primeiros países europeus a abolir o serviço militar obrigatório, em 1997. Em Portugal, por exemplo, tal modalidade só acabou formalmente em 2004.

Macron descartou categoricamente a hipótese de vir a reinstituir a obrigatoriedade do serviço militar em França – o que contrairia assim a decisão tomada pelo antigo presidente francês Jacques Chirac, devido à ‘queda’ do muro de Berlim.

“O fim da Guerra Fria tornou inútil o modelo de [formação militar em] massa e criou a necessidade de forças armadas profissionais e mais aptas e prontas. Voltar atrás não seria sério nem útil”, afirmou, perante a 27.ª Brigada da Infantaria de Montanha (BIM).

Doze países europeus mantiveram ou restabeleceram entretanto o recrutamento obrigatório face à evolução geoestratégica no continente e no Mundo e outras seis nações optaram pela via de um serviço militar voluntário.

“Neste Mundo incerto, onde a força prevalece e a guerra é uma constante, a nossa nação não tem o direito de temer, de entrar em pânico, de estar impreparada ou dividida”, declarou Macron, em Varces, Isère.

O Presidente francês acrescentou que “o medo nada faz contra o perigo” e “a única maneira de evitá-lo é estar preparado para ele”, algo que, sustentou, as Forças Armadas francesas “fazem todos os dias".


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