Autor: Lusa/AO Online
“As notícias sobre o estabelecimento de uma base militar norte-americana perto de Gaza são imprecisas”, assegurou um porta-voz do Comando Central dos EUA (CENTCOM), em resposta a informações que davam conta de planos para construir uma base com capacidade para 10 mil soldados.
O porta-voz explicou que, “como parte dos planos organizacionais, as Forças Armadas norte-americanas estão a trabalhar com parceiros militares internacionais para desenvolver potenciais opções para o destacamento de tropas internacionais” que integrarão a futura Força de Estabilização.
“A formação desta força apoiará o plano de paz do Presidente (Donald) Trump para Gaza. Para que fique claro, não haverá tropas americanas destacadas dentro de Gaza. Quaisquer notícias nesse sentido são falsas”, sublinhou o responsável do CENTCOM.
Na quarta-feira, a Casa Branca já tinha rejeitado a hipótese de Washington financiar ou participar diretamente na criação de uma base militar temporária junto ao enclave palestiniano.
“Não é algo em que os Estados Unidos estejam particularmente interessados. Não é algo em que estejamos envolvidos atualmente, nem algo que iremos financiar”, disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, acrescentando que o Presidente “foi muito claro” ao afirmar que “não quer tropas em terra no Médio Oriente”.
A criação da Força Internacional de Estabilização é um dos pontos do plano apresentado por Trump para o futuro da Faixa de Gaza, cuja primeira fase — que incluiu um cessar-fogo — entrou em vigor a 10 de outubro, após acordo entre Israel e o Hamas.
Vários países manifestaram interesse em participar na força multinacional, entre eles a Indonésia, cujo ministro da Defesa, Sjafrie Sjamsoeddin, revelou que Jacarta está a considerar o envio de cerca de 20.000 soldados, “principalmente para serviços de saúde e obras de reconstrução”.
Sjamsoeddin destacou que a decisão dependerá da obtenção de um mandato das Nações Unidas ou de um acordo internacional “a pedido do Presidente dos Estados Unidos”, frisando que “as discussões ainda estão em curso e levarão tempo”.