Autor: André Medina
Luís Miguel Rego levou o seu Skoda Fabia RS Rally2 à glória. No passado sábado (25 de outubro), o até então vice-campeão dos Açores, acompanhado pelo navegador José Janela, dominou todas as provas especiais de classificação do XIV Rali Vinho do Pico e sagrou-se virtual campeão de ralis dos Açores, um feito que considerou “muito importante” e que traduz da melhor forma “o trabalho de uma época inteira”.
“É sempre um marco muito importante, o culminar do trabalho de uma época. Os ralis não são feitos apenas de velocidade, a regularidade também conta muito, portanto foi um campeonato muito difícil nesse aspeto, pelo facto de não termos conseguido pontuar em todas as provas”, começou por dizer o piloto do Team ACCymbron ao Açoriano Oriental, no rescaldo da participação na sétima e penúltima etapa do campeonato.
Sobre o rali levado a cabo pelo Pico Automóvel Clube, o piloto micaelense reconheceu a dificuldade dos troços, mas frisou que a sua equipa esteve “à altura do desafio”.
“Acho que o nosso objetivo foi inteiramente cumprido. Sabíamos que ia ser uma prova difícil pelas condições climatéricas que se avizinhavam, mas também pelo traçado, que incluía tipos de piso muito diferentes uns dos outros. Foi um desafio completo para todas as equipas e a Rego Jr. esteve claramente à altura”, frisou.
Depois dos “azares” vividos no I Rallye de Ponta Delgada (avaria no motor do Skoda) e no XV Rali Ilha Graciosa (despiste na superespecial), que complicaram as contas de uma campeonato que se adivinhava “fácil”, o agora campeão dos Açores admitiu que houve a necessidade de “gerir a ansiedade” e “recuperar a confiança em toda a estrutura”.
“O facto de termos tido esses dois episódios fez com que a equipa fosse ‘chamada à responsabilidade’ de não cometer qualquer erro nas restantes provas. Claro que chegou aqui uma altura em que foi um bocado difícil gerir a ansiedade. Perdemos um pouco a confiança e foi necessário restabelecer essa confiança na estrutura. Perceber que o erro não esteve dentro da equipa. A equipa continuou e sempre fez um excelente trabalho ao longo de todas as provas e deram-me sempre um carro super competitivo”, explicou Rego, que também “lançou os dados” sobre a sua participação na última prova do campeonato - o Azores Rallye 2025 -, uma prova que se sente “feliz” por poder participar de forma “descomprometida”.
“Ainda não começámos a preparar o Azores Rallye. Esta semana vamos preparar tudo para estarmos à partida e podermos fazer um rali descomprometido. Termos a oportunidade de nos divertir e, acima de tudo, sem pensar em cenários que pudessem hipotecar um campeonato”, confessou.
Depois de conquistar o quarto cetro da sua carreira - repetindo os êxitos de 2018, 2019 e 2022 -, Luís Miguel Rego prestou um agradecimento a todos os seus patrocinadores, que ajudaram a “brindar o público de todas as ilhas” com a passagem de uma viatura R5 de última geração e apelou a um campeonato ainda mais competitivo no próximo ano, deixando também uma palavra de apreço aos pilotos que se juntaram à Rego Jr. e demonstraram “um grande valor e evolução” ao longo do campeonato.
“Esperamos que
no próximo ano seja possível termos mais carros de categoria R5 e uma
maior competitividade, porque temos excelentes condições para isso. O
nosso campeonato é muito completo e acho que o público e as organizações
merecem que tenhamos um campeonato mais competitivo no futuro”,
finalizou.