Autor: Lusa/AO
O comentário foi feito por um porta-voz do Ministário do Interior, em reacção a uma notícia hoje divulgada pela televisão privada paquistanesa ARY, segundo a qual a Al-Qaida reivindicou o atentado bombista que vitimou Benazir Bhutto.
A antiga primeira-ministra paquistanesa, assassinada na quinta-feira em Rawalpindi, tinha acusado o Presidente Pervez Musharraf de lhe recusar protecção adequada desde o seu regresso ao Paquistão, indica um "e-mail" divulgado nos EUA.
"Se alguma coisa me acontecer no Paquistão, responsabilizarei Musharraf", tinha escrito a líder da oposição paquistanesa num "e-mail" enviado ao seu porta-voz norte-americano, Mark Siegel e revelado pela CNN.
"Os seus homens de mão fazem-me sentir em perigo", escreveu, enumerando as medidas de segurança que havia pedido e que não lhe foram concedidas pelo Presidente paquistanês.
"É impossível que a proibição de utilizar viaturas privadas ou com vidros fumados ou uma escolta de quatro viaturas da polícia para me proteger de todos os lados possa ser decretada sem o seu acordo", acrescentou na mensagem escrita a 26 de Outubro, uma semana depois do atentado sangrento de que havia escapado, horas depois de chegar ao Paquistão.
Benazir Bhutto pediu a Mark Siegel que divulgasse a mensagem se ela fosse assassinada.
"Quando nos preparávamos para a campanha [para as eleições legislativas de 8 de Janeiro] Bhutto estava muito intranquila por não receber a segurança que tinha solicitado", disse Siegel à CNN.
"Ela apenas tinha pedido aquilo a que tinha direito como antiga primeira-ministra. Tudo lhe foi recusado", acrescentou. "Só lhe ofereceram uma protecção policial esporádica e inconsistente."
O embaixador do Paquistão nos Estados Unidos, Mahmud Ali Durrami, recusou estas afirmações. "O Governo do Paquistão forneceu toda a segurança necessária", assegurou.