Açoriano Oriental
Educação
Descontos em material e protocolos são medidas de livrarias para segurar clientes
As campanhas de desconto em livros escolares das grandes superfícies e das lojas
Descontos em material e protocolos são medidas de livrarias para segurar clientes

Aceitação de encomendas, estabelecimento de protocolos com escolas e associações de pais e atribuição de descontos em material escolar mediante apresentação da fatura de compra dos livros são apenas algumas das medidas adotadas por livreiros experientes para enfrentar a concorrência de hipermercados e ‘sites’ da Internet.

Em época de corrida dos encarregados de educação à compra de livros escolares, quando está iminente o início do ano letivo 2012/13, José Manuel Azevedo, administrador delegado da Livraria Multinova, na avenida Santa Joana Princesa, em Alvalade, está confiante.

“A primeira razão da nossa sobrevivência é que tentamos não apenas vender livros escolares, mas aconselhar pedagogicamente os encarregados de educação a adquirir determinados materiais, como livros de exercícios ou de preparação para exames”, disse à Lusa.

O resultado de 40 anos de experiência e “contactos com todas as editoras” é que “muitos clientes que saíram daqui um ano para irem para algumas grandes superfícies voltaram”, sublinhou.

Quanto às razões, enumerou: “Ou porque os livros que foram entregues não correspondiam às encomendas, ou porque – e isso é uma tática que muitas delas estão a adotar e que é completamente proibida por lei – só vendem a totalidade dos elementos escolares, o que significa que, independentemente de a pessoa precisar ou não de um caderno de atividades, CD ou livro, só vendem o pacote completo”.

Segundo José Manuel Azevedo, “a maioria das queixas que a ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] tem de clientes junto de retalhistas do livro escolar tem que ver com o facto de os obrigar a comprar um pacote para fazer o tal desconto que anuncia” e que, por norma, nem sequer é aplicado aos livros, é 10% em cartão, a descontar em compras posteriores e de outras coisas.

Para reagir a esta concorrência, a Multinova permite no ‘site’ encomendas de livros escolares e também negociou “protocolos de colaboração com associações de pais de algumas escolas”.

Através deles, “estamos a conceder, além dos descontos, também a facilidade de entrega nas escolas dos livros que os encarregados de educação nos encomendam” e a possibilidade de as escolas comprarem com 10% de desconto outros livros que não os escolares, referiu.

Também Vanita Sinai Sacardandó, proprietária da Papelaria Finuras, na rua Luís de Freitas Branco, em frente à Escola Básica e Secundária do Lumiar, reconheceu a existência de “uma grande concorrência”, mas frisou: “A melhor publicidade que nós temos é os nossos clientes ficarem bem servidos e passarem palavra uns aos outros”.

E acrescentou: “Não são só as grandes superfícies que fazem descontos. Nós, já há bastante tempo, também fazemos a todos os clientes que nos compram livros 20% de desconto no material escolar, mediante a apresentação da fatura dos livros”.

A livreira considerou que “as pessoas vão às grandes superfícies porque pensam que há mais variedade lá e que vão escolher melhor, mas, por vezes, quando precisam de um lápis, têm de comprar um pacote de quatro. Acabam por gastar mais do que se fossem ao pequeno comércio”.

Nesta papelaria, os livros escolares são encomendados.

“Nós trabalhamos com encomenda firme, os nossos clientes vêm em julho, agosto, e deixam um sinal. Há um compromisso de parte a parte e, quando eles voltam das férias, os livros estão ensacados e é só virem levantá-los. Depois, têm um prazo para comprar o material [com desconto]”, referiu.

Na papelaria, não se trabalha apenas com o público particular, mas também com um agrupamento escolar: “Até aqui, tem corrido bem. Se fizermos uma boa época escolar, dá-nos para aguentar o ano todo. Se não fizermos, é a nossa morte”.

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