Autor: Lusa/AO Online
Em causa, a afirmação feita pelo líder da bancada socialista, André Bradford, de que o tempo distribuído para cada intervenção resultava do peso eleitoral que cada partido e cada deputado tinham assegurado nas últimas eleições legislativas regionais.
"Embora a nossa legitimidade seja equiparada, somos todos deputados eleitos pelos açorianos, mas os nossos partidos não tiveram todos a mesma percentagem de votos", recordou o líder parlamentar socialista, em resposta às críticas de Paulo Estêvão, de que teria pouco tempo para intervir no debate das propostas de Plano e Orçamento do Governo para 2019.
O parlamentar monárquico, eleito pela mais pequena ilha dos Açores, entendeu que a referência de André Bradford à percentagem de votos e à representatividade dos deputados colocava em causa a legitimidade da sua presença em plenário e decidiu, por isso, abandonar a sala.
"O seu comportamento é indecente! Eu vou abandonar o parlamento neste momento, em protesto pela forma como o senhor se comportou, colocando em causa a legitimidade dos deputados das ilhas mais pequenas", apontou Paulo Estêvão, que juntou os documentos da sua secretária e o computador portátil e saiu do plenário.
De acordo com os tempos de debate distribuídos pelos seis partidos com assento parlamentar (PS, PSD, CDS, BE, PCP e PPM), em torno das propostas de Plano e Orçamento do Governo para 2019, que vai decorrer durante três dias, o deputado monárquico tem direito a apenas 15 minutos para intervir.
André Bradford entende que isso não constitui um problema e lembrou que, apesar de a bancada socialista ter maioria absoluta no parlamento dos Açores, tem menos tempo para debate do que os cinco partidos da oposição juntos.