Autor: Lusa/AO Online
"Não ouvi falar de uma estratégia, ou do objetivo final, ou de uma avaliação de como vão impedir o fluxo de droga para os Estados Unidos, o que, aliás, é algo que tem de ser feito", frisou Jason Crow, membro da Câmara dos Representantes, após sair de uma audiência com autoridades do Pentágono (Departamento de Defesa).
Os responsáveis foram chamados para fornecer detalhes sobre os ataques militares norte-americanos a barcos alegadamente ligados ao tráfico de droga, que fizeram aproximadamente 60 mortos.
A comissão de serviços armados da câmara baixa do Congresso realizou uma reunião à porta fechada, um dia depois de ter realizado uma reunião semelhante apenas para republicanos.
No dia anterior, as forças norte-americanas realizaram o seu décimo quinto ataque a um barco suspeito de transportar droga desde que o presidente ordenou a campanha militar contra o tráfico de droga.
"Precisamos de levar a sério o fluxo de drogas, e hoje não ouvi nada que demonstre como pretendem travá-lo. Aliás, ao sair desta reunião, estou ainda mais preocupado se têm ou não um plano sério para isso. Não ouvi nenhum plano sério e abrangente para lidar com o problema das drogas nos EUA", vincou Crow.
Já Sara Jacobs, congressista democrata da Califórnia, sublinhou na rede social X, após a reunião, que nem "advogados nem profissionais dos serviços de informação compareceram".
"Não ouvi nada que provasse o contrário: estes ataques são ilegais. São assassinatos. E devem parar imediatamente", acrescentou.
Desde que Trump ordenou o primeiro ataque e declarou que os EUA estão num "conflito armado" formal com os cartéis de droga, uma questão que, tecnicamente, é da competência do Congresso, os congressistas, sobretudo os democratas, têm denunciado incessantemente a falta de respeito pela separação de poderes e pela soberania do poder legislativo.
Antes, o senador republicano Lindsey Graham sugeriu que o Presidente planeia informar o Congresso sobre possíveis operações terrestres contra o narcotráfico na Venezuela e na Colômbia, mas não foram divulgadas mais informações.
 
                     
             
                                                 
                                                 
                                                