Açoriano Oriental
Decisão dos EUA merece mais que revisão da parte técnica do acordo
O presidente do Governo dos Açores disse sexta-feira que a parte técnica do acordo das Lajes "é a parte merceeiro" e que a forma como os EUA decidiram retirar tropas da Terceira merece mais do que a sua revisão.
Decisão dos EUA merece mais que revisão da parte técnica do acordo

Autor: AO/Lusa

 

"Eu acho que a parte técnica do acordo é a parte de merceeiro dessa relação. É a parte do deve e haver. É a parte da conta. É a parte daquilo que tem a ver com os aspetos técnicos dessa relação. A minha perspetiva é que quer a decisão na sua substância, quer a forma como ela foi tomada e a forma como os Estados Unidos reagiram aos esforços diplomáticos dos mais variados intervenientes da República portuguesa, se calhar, merece um bocadinho mais do que isso", afirmou Vasco Cordeiro.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que os EUA "não podem deixar de atender" ao impacto económico da redução da sua presença na Base das Lajes e admitiu suscitar a revisão do acordo técnico bilateral.

Vasco Cordeiro vai reunir-se na segunda-feira com o Presidente da República, em Lisboa, mas sobre o pedido de audiência que fez também ao primeiro-ministro disse que terá de ser Passos Coelho a "dar conta se e quando a audiência for agendada".

Na audiência com Cavaco Silva, o presidente do executivo açoriano disse que vai destacar os impactos da decisão dos EUA para os Açores e defender o que a região entende que deve ser a postura do Estado português na reação aos norte-americanos e, "mais do que isso, quanto ao plano de ação que deve ser definido".

Vasco Cordeiro falava aos jornalistas na Terceira, no final de uma reunião com os presidentes das duas câmaras da ilha (Angra do Heroísmo e Praia da Vitória) e da Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo, na sequência do anúncio feito na semana passada pelos EUA de que vão retirar 500 militares e civis da base das Lajes e despedir 500 trabalhadores portugueses ao longo deste ano.

Roberto Monteiro, autarca da Praia da Vitória, considerou, por sua vez, que não há tempo nem paciência para "mais projetos e arquiteturas", defendendo uma ação rápida, com uma perspetiva de curto prazo, para mitigar o impacto que já se faz sentir na ilha Terceira, e outra de médio prazo com medidas estruturantes para o futuro da ilha.

Passos Coelho disse hoje que o Governo português decidiu avançar com um grupo de trabalho, em conjunto com o Governo Regional dos Açores, "para encontrar medidas que, do lado português, entre Administração Central e Administração Regional, possam de alguma maneira atenuar também este impacto e encontrar formas de revitalizar do ponto de vista económico a ilha Terceira".

Vasco Cordeiro já considerou que este grupo de trabalho "vem tarde", embora o executivo açoriano vá participar nele, e que o Governo Regional já tem um plano de revitalização ecnómica para a Terceira preparado.

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