Açoriano Oriental
Açores/Governo
Coligação destaca "roubo do século", transparência e responsabilidade nos primeiros 100 dias

O PPM/Açores considera que os primeiros 100 dias da nova governação regional ficaram marcados pelo “roubo do século” aos açorianos no Plano de Recuperação, enquanto o PSD destaca a “nova mentalidade” da transparência e o CDS-PP a “responsabilidade” perante a pandemia.

Coligação destaca "roubo do século", transparência e responsabilidade nos primeiros 100 dias

Autor: Lusa/AO Online

Presidido pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, o novo executivo tomou posse em 24 de novembro de 2020 perante a Assembleia Legislativa, na Horta, depois de 24 anos de poder do PS, 20 dos quais com maioria absoluta.

Num balanço da governação pela coligação que o seu partido integra, a par do PSD e do CDS-PP, o líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, referiu, em declarações à agência Lusa, que o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, “levou para a cova do Ali Babá 140 milhões de euros que pertencem ao povo dos Açores”, numa alusão às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para a região.

“Além da luta contra a pandemia e os apoios aos setores produtivos e às questões sociais, identifico o ataque – é, na verdade, uma espécie de retaliação ideológica – do Governo socialista da República como o problema mais premente", afirmou.

Na sua opinião, Vasco Cordeiro, ex-presidente do Governo Regional e agora deputado da oposição, "escondeu à opinião pública açoriana – a poucos dias das eleições regionais de 25 de outubro - que os prometidos 720 milhões que seriam disponibilizados aos Açores no âmbito do Fundo de Recuperação e Resiliência são, afinal, apenas 580 milhões de euros”.

Se forem incluídos os 20 milhões de euros “prometidos pela República para combater as consequências do furacão Lorenzo, que se evaporaram em 2020", e as "também desaparecidas verbas que tinham sido prometidas à Universidade dos Açores”, fica-se então “com a perfeita noção de que se está a ser alvo de uma vingança socialista de enorme dimensão”, considerou Paulo Estêvão.

Para o dirigente do PPM, trata-se de “um castigo do Governo central pelo exercício da liberdade de voto nos Açores”.

“O nosso desafio político é resistir a estas pressões, manter a liberdade de escolha nos Açores e evitar o roubo que os socialistas da República querem realizar aos Açores”, declarou.

O líder parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral, também em declarações à Lusa, considerou que com este governo “é possível escrutinar todos os atos de gestão pública pelos partidos políticos e sociedade civil”, já que uma das referências desta gestão é a transparência.

“Neste tempo novo de governação, que é ainda muito pouco, o Governo Regional deu passos determinantes para assegurar que esta nova mentalidade veio para ficar, independentemente dos desafios que tem pela frente, nomeadamente quando pretende esclarecer os açorianos sobre a real situação da transportadora aérea regional, não só no que diz respeito ao seu passado, mas sobretudo em relação ao seu futuro”, afirmou.

O deputado apontou o combate à pandemia da covid-19 como um dos grandes desafios, que é para continuar, e sublinhou que “nos Açores a ação do Governo Regional tem produzido efeitos no combate à pandemia, garantindo que a região tenha ficado à margem dos números e do caos verificado em algumas regiões do continente”.

Para o social-democrata, “apoiar as famílias e as empresas açorianas é, no imediato, um enorme desafio para o Governo Regional dos Açores”, sendo que “há um conjunto de medidas que foram já tomadas pelo executivo para manter e proteger o emprego, mas o compromisso para debelar as dificuldades económicas e sociais tem de ir mais longe, não esquecendo as localidades mais afetadas em virtude das cercas sanitárias”.

O líder regional do CDS-PP e vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, referiu que estes 100 dias de governação “foram de trabalho árduo, mas compensador”, com o executivo a “defrontar-se com a maior crise de saúde pública” conhecida, tendo “assumido desde o início uma postura atuante, reagindo com sentido de responsabilidade”.

“Os nossos esforços traduziram-se em resultados e neste momento a região apresenta a situação menos grave do país”, destacou.

Para Artur Lima, o Plano e Orçamento para 2021 “terá de satisfazer as necessidades mais urgentes dos açorianos, quer ao nível da proteção de rendimentos das famílias e do relançamento da atividade económica, quer no combate à pobreza”.

O presidente centrista referiu que, “numa altura em que a República não foi solidária” para com os Açores, se optou por criar um apoio excecional ao elemento do agregado familiar que tivesse de ficar em casa a prestar auxílio ao filho, pago integralmente por fundos regionais e que protegia a totalidade dos rendimentos perdidos”.

Na perspetiva do vice-presidente, “existem quatro grandes prioridades para o imediato: preparar o pós-pandemia no arquipélago e responder às necessidades de curto prazo; reconfigurar o combate à pobreza e à exclusão social; definir o novo paradigma de cuidados aos idosos; e estruturar uma estratégia para a habitação que acautele as necessidades dos jovens e das classes médias”.

Apesar de os indicadores respeitantes à pobreza “terem melhorado, continua-se com o risco de pobreza ou de exclusão social acima dos 30% e a ser a região do país com maior desigualdade social”, pelo que a estratégia “terá de ser integrada, com contributos do emprego, da solidariedade e da educação”, sublinhou.


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