Açoriano Oriental
CDS/Açores quer coligação de direita alargada às autárquicas e às legislativas nacionais

O CDS-PP/Açores defende que a coligação com o PSD e o PPM, formada após as eleições legislativas regionais, deve ser alargada às autárquicas e às legislativas nacionais, alegando que trouxe “esperança num futuro de progresso e desenvolvimento” à região.

CDS/Açores quer coligação de direita alargada às autárquicas e às legislativas nacionais

Autor: Lusa /AO Online

“Acreditamos que a resposta necessária aos desafios do presente e do futuro das nossas autarquias é conseguida através de um novo paradigma de gestão autárquica que só uma coligação reformista poderá materializar em alternativa à ineficiente gestão autárquica socialista. Estamos disponíveis para corresponder, em conjunto, à construção de uma alternativa de direita democrática que ponha fim ao ciclo político da geringonça nas eleições legislativas nacionais”, lê-se na moção de estratégia global do único candidato à liderança regional do CDS, Artur Lima, presidente da estrutura partidária desde 2007 e atual vice-presidente do executivo açoriano.

Os centristas integraram, pela primeira vez, um Governo Regional nos Açores, no final de 2020, depois de o PS, que governava a região há 24 anos, ter perdido a maioria absoluta nas eleições legislativas regionais, abrindo caminho a uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.

Com o título “Construir o futuro”, a moção aprovada hoje, por unanimidade, no X Congresso Regional do CDS-PP/Açores, em Angra do Heroísmo, defende que é tempo de “reafirmar e concretizar” a nova Aliança Democrática, que representa “um sinal de responsabilidade dos partidos da direita democrática e a confirmação de uma nova esperança num futuro de progresso e desenvolvimento para os Açores”.

“Temos, por isso, de ser capazes de responder, renovando a nossa união perante as adversidades, demonstrando que o que nos une é maior do que aquilo que nos separa e pondo o interesse dos Açores, clara e inequivocamente, acima de qualquer interesse partidário”, aponta.

Para o recandidato à liderança do partido, desvalorizar a coligação seria “um erro que hipotecaria o futuro dos Açores”, por isso o CDS encara como “missão principal” contribuir para que a maioria conquistada “se entreteça e fortaleça num projeto de mudança que seja o suporte da política de reformas” exigida pela situação do arquipélago.

Salientando que se junta agora aos militantes do partido “uma nova geração de quadros, que representa uma renovada esperança no futuro”, Artur Lima diz, na moção, que o partido reafirma neste congresso “por inteiro, sem reservas e com convicção, as orientações políticas já definidas no acordo de governação firmado com o PSD e com o PPM”.

Num documento com 24 páginas, são definidas as prioridades do partido para “construir o futuro” dos Açores, com destaque para a solidariedade social, área tutelada no Governo Regional pelo líder centrista, em que se incluem medidas como a universalidade da creche gratuita e a criação de um programa de apoio à permanência dos idosos em ambiente familiar.

“O compromisso coletivo que tem de ser estabelecido entre os açorianos, o Governo e as instituições sociais é o de ter, a médio prazo, uma sociedade com menos pobres, com mais igualdade de oportunidades e com o elevador social a funcionar devidamente”, lê-se na moção.

O candidato à liderança do CDS-PP defende que o desenvolvimento económico dos Açores passa pela “criação de emprego” e pela “fixação das populações”, segundo a moção.

“Temos, por isso, de aumentar significativamente o investimento privado, através do investimento promovido pelas empresas e empresários regionais, mas também de investimento externo, que deverá assumir uma nova dinâmica”, aponta.

Artur Lima critica no documento o “desinvestimento que a saúde teve nas últimas décadas” e alerta para a necessidade de capacitar o Serviço Regional de Saúde para “hipotéticos cenários de crescimento da pandemia e outras situações de catástrofe”.

É reiterada também nesta moção a reivindicação de um “novo modelo de intermodalidade regional e territorial entre os transportes aéreo e marítimo”, e a aquisição de um avião cargueiro, tema em que os centristas têm vindo a insistir nos últimos anos.

A moção termina com um apelo ao reforço da autonomia, propondo a criação de um instituto que se dedique ao estudo e à exploração das potencialidades geoestratégicas dos Açores.


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