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Cavaco Silva destaca contributo de Sines como "motor da economia nacional"
O Presidente da República, Cavaco Silva, destacou o contributo da cidade alentejana de Sines como “motor da economia nacional”, lembrando a figura de Vasco da Gama como “inspirador” para enfrentar as dificuldades do país.

Autor: Lusa/AOonline
“Sines é uma terra que tem passado, mas que pode orgulhar-se também do contributo que dá como motor da economia nacional”, afirmou o Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, no final da inauguração da Casa de Vasco da Gama e do novo Museu local.

    Cavaco Silva e a mulher participaram nas cerimónias que assinalaram o Dia do Município de Sines e a abertura ao público dos edifícios do interior do Castelo, recentemente recuperados.

    Na ocasião, o Presidente da República chamou à atenção para Sines “como pólo que contribui hoje para a criação de riqueza no país, com um porto de águas profundas que é um dos melhores de toda a Europa, um porto em expansão e que tem capacidade para atrair investidores no futuro”.

    Afirmando confiar “muito nas potencialidades de Sines”, o Chefe de Estado considerou que a cidade, que “nas últimas décadas experimentou grandes mudanças e enfrentou dificuldades, soube responder às exigências dos tempos modernos”.

    Cavaco Silva recordou Vasco da Gama, cuja vida e viagens são desde hoje evocadas através de uma instalação multimédia disponível na Casa do navegador, no Castelo de Sines, como “um inspirador”.

    “Quero lembrar aqui a figura de um filho desta terra, que eu vejo como um inspirador para enfrentar as dificuldades que o país atravessa e que são conhecidas de todos, o desemprego, o problema da pobreza e da competitividade”, realçou.

    Cavaco Silva começou por assistir a um tributo ao navegador que descobriu o caminho marítimo para Calecute (Índia), há 510 anos, numa tenda gigante montada no interior do Castelo.

    Depois de escutar a peça musical “Sons d’Além Mar”, apresentada pela Escola das Artes de Sines, Aníbal e Maria Cavaco Silva visitaram o recinto, cumprimentando artesãos e populares.

    Seguiu-se a visita aos espaços da Casa de Vasco da Gama e do novo Museu, na companhia do presidente do município, Manuel Coelho (CDU).

    Na qualidade de anfitrião, Manuel Coelho enalteceu a figura do navegador, “personagem maior da nossa história e filho dilecto de Sines”.

    “É nosso dever honrar a sua memória e dar a conhecer o seu exemplo e os seus feitos. E, por isso, nada melhor do que a recuperação deste património, deste espaço mítico, dotando-o de condições e meios que o tornem um centro de irradiação do conhecimento, da memória, da cultura e da consolidação de Sines como um território de progresso”, enfatizou.

    Na data em que Sines assinala 646 anos desde a sua elevação a vila por D. Pedro I, foi aberta ao público a Casa virtual de Vasco da Gama, concebida pela empresa YDreams, ante a presença do seu 14º neto, Miguel da Gama.

    O espaço, instalado na Torre de Menagem, local apontando como berço do navegador, constitui um centro de evocação da vida e das viagens de Vasco da Gama e dos Descobrimentos Portugueses, recorrendo a uma instalação multimédia.

    A biografia de Vasco da Gama, os espaços onde habitou no Castelo e as suas viagens pioneiras, com enfoque no contributo que tiveram para a criação do mundo moderno, são apresentadas virtualmente, “dada a escassez de objectos que pudessem ser reunidos num trabalho mais tradicional”.

    Com um carácter interactivo, que permite ao visitante escolher o que quer explorar em cada fase do percurso, a instalação está ainda preparada para receber todos os níveis etários, além de visitantes cegos e surdos.

    O novo Museu da cidade, inaugurado na mesma ocasião, ocupa o rés-do-chão e o primeiro piso do Paço dos Governadores Militares (Alcáçova do Castelo), que serve a partir de agora de cenário a uma viagem por Sines ao longo do século XX, através de uma exposição que aí ficará patente até ao final de 2009.

    Preparada com o contributo de associações, empresas, entidades diversas e particulares do concelho, a mostra pretende ser um trabalho em aberto, com direito ao registo da memória dos visitantes.

    A evolução da pesca e da indústria da cortiça em Sines, a implantação do complexo industrial e outros grandes acontecimentos dos últimos 100 anos estão em destaque no Museu, que reúne ainda uma selecção de peças do espólio arqueológico do município, com destaque para o Tesouro Fenício do Gaio e as cantarias da basílica visigótica do século VII.

    O Castelo de Sines foi recentemente alvo de trabalhos de recuperação, num investimento total de 900 mil euros, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Plano Operacional da Cultura, para os quais contou com a colaboração científica do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

    Classificado em 1933 como Monumento de Interesse Público, o Castelo de Sines acolhe ainda anualmente, desde há uma década, o Festival Músicas do Mundo, entre outros eventos culturais.
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