Açoriano Oriental
Casal norte-americano gere empresa de mobiliário a partir dos Fenais da Ajuda

blankblank é a loja online que o casal Zinn gere a partir dos Açores, arquipélago de onde os familiares de Anna Pavao Zinn partiram para a Califórnia em meados do século XIX

Casal norte-americano gere empresa de mobiliário a partir dos Fenais da Ajuda

Autor: Ana Carvalho Melo

 
O casal norte-americano Anna e Rob Zinn escolheu viver na freguesia dos Fenais da Ajuda, na ilha de São Miguel, a partir de onde continuam a gerir uma empresa de mobiliário e decoração nos Estados Unidos.

“É maravilhoso que haja um acesso tão bom à internet nos Açores, o que nos permitiu estar próximos das nossas famílias durante a pandemia, bem como trabalhar remotamente na nossa empresa de design, blankblank (www.blankblank.net), que o meu marido fundou em 2004”, contou Anna Pavao Zinn ao Açoriano Oriental.

blankblank é uma loja online com “peças com design único” e “mobiliário para sempre”, que segundo Anna Zinn este ano teve encomendas da Google para uma das suas novas instalações e para o espaço de um chef de celebridades.

Anna Pavao Zinn contou ainda que a beleza dos Açores já tem inspirado o seu marido, o director criativo e designer principal, desde a sua primeira visita em 2006.
“É um escultor dotado e as formas orgânicas e cores marcantes dos nossos produtos são geralmente inspiradas pela natureza. A nossa esperança é poder um dia produzir alguns dos nossos produtos em São Miguel, e servir os nossos clientes europeus a partir daqui”, revelou.

Anna Pavao Zinn nasceu na Califórnia, mas escolheu viver nos Açores, de onde sabe que a sua família é originária.

“O meu marido e eu sempre sonhámos em nos mudar para os Açores desde o nosso casamento e lua-de-mel de 2007 na Terceira e São Miguel. Mas foi durante os anos Trump que tomámos a decisão”, contou ao Açoriano Oriental, explicando que sempre sentiu uma forte ligação à Região: “a cultura dos Açores e o calor humano do povo puxava-me de volta às ilhas de poucos em poucos anos”.

 
Dos Açores sabe que a sua família partiu do Grupo Central em meados do século XIX e que o único parente vivo que conheceu se mudou da Terceira para a Madeira.
“Tenho a certeza que ainda tenho muitos parentes a viver nos Açores. Tenho pesquisado a genealogia da minha família, mas tem sido difícil reconstruir a nossa história a partir dos registos digitais da paróquia, que ainda não estão indexados ou pesquisáveis”, lamentou.

Entretanto, conta que chegaram a São Miguel no verão de 2020 e como tem sido um período muito enriquecedor.

“Foi uma adaptação bastante fácil, mas ser imigrante requer muita humildade, adaptabilidade e sentido de humor, uma vez que todo o nosso quotidiano é agora completamente diferente”, contou, realçando: “Temos vizinhos maravilhosos nos Fenais da Ajuda, e tivemos a sorte de encontrar uma casa encantadora com alguma terra e com vista para o mar”.

A tranquilidade com que pode usufruir do tempo é outra das vantagens que surgiu com esta escolha.

“Agora que vivemos aqui, aprecio a paisagem e a proximidade com que as pessoas ainda podem viver para a natureza. Adoro poder caminhar durante todo o ano, recolher água azeda da nascente e ajustar a minha agenda diária ao tempo do momento”, contou.

Também o marido Rob Zinn se tem vindo a adaptar à nova vida na Região.

“O meu marido é surfista, por isso aprecia muito a possibilidade de entrar frequentemente na água e os conhecimentos que tem feito dentro da comunidade surfista local. Tivemos a sorte de fazer novos amigos maravilhosos em diferentes grupos, incluindo os nossos vizinhos, a comunidade de bem-estar em São Miguel, os outros imigrantes que gostam de socializar juntos e de se apoiar em, e em Rotary”, contou. 

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