Açoriano Oriental
Casa dos Açores do Ontário apela à participação cívica dos jovens no 33.º aniversário

A Casa dos Açores do Ontário apela a uma maior participação cívica dos jovens nas atividades, disse este domingo a presidente da instituição, esclarecendo que este é o grande desafio para muitas das associações portuguesas.


Autor: Lusa/Ao online

"Temos dificuldades em trazer pessoas abaixo dos 55 anos para podermos dar continuidade (a algumas das atividades) da Casa dos Açores do Ontário", começou por afirmar, à agência Lusa, Suzanne Cunha de 48 anos.

A luso-canadiana, presidente da coletividade, filha de emigrantes de S. Miguel e do Faial (Açores), falava no sábado à noite durante o encerramento da 20.ª Semana Cultural Açoriana e as comemorações do 33.º aniversário da Casa dos Açores do Ontário, perante 140 associados e amigos.

Apesar do apelo, integram os órgãos sociais da coletividade alguns jovens, no conselho fiscal três diretoras são "mulheres com menos de 35 anos", enquanto a diretora mais nova da Casa dos Açores "16 anos".

Suzane Cunha deixou o alerta: “Os jovens têm de começar a mostrar interesse em participarem nas atividades para dar continuidade à associação. O meu mandato finda dentro de ano e meio. Têm de aparecer outras pessoas para assumirem a responsabilidade".

A Casa dos Açores do Ontário mostra-se disponível a novas ideias apelando à participação dos jovens lusodescendentes que pretendam participar nos eventos "sem a responsabilidade de integrarem uma direção".

O Diretor Regional das Comunidades Paulo Teves, de visita ao Canadá e presente no evento, reconheceu que este "é um dos grandes desafios partilhados pelas diferentes comunidades portuguesas", principalmente das segundas e terceiras gerações de origem açoriana que nasceram no Canadá.

O representante do Governo açoriano justificou que ao longo dos anos têm "desenvolvido diversas atividades" para tentar incentivar os lusodescendentes a apoiarem o associativismo, destacando-se cursos ‘in loco' sobre os Açores para jovens.

"É importante mostrar a esses jovens que os Açores têm uma identidade muito própria, que têm esse património cultural, mas também estão na vanguarda tecnológica. Temos boas infraestruturas, e uma oferta cultural contemporânea significativa", sublinhou.

Em 2019 o Governo Regional espera regressar com o programa de cursos para lusodescendentes para os "comprometer a trabalharem juntos com as associações".

Acompanhado pela deputada federal pelo distrito eleitoral da Davenport Julie Dzerowicz, o ministro da Imigração, Cidadania e Refugiados Ahmed Hussen, visitou pela primeira vez a Casa dos Açores, deixando uma mensagem de reconhecimento.

"Vim aqui para agradecer o contributo que os açorianos desempenharam para o desenvolvimento do Canadá. Quero encorajá-los a continuar a celebrar a sua cultura e diversidade cultural", declarou à Lusa.

Durante o jantar de aniversário da coletividade foram reconhecidos com o ‘Açor de Ouro' pelo seu contributo financeiro e voluntário Carlos Botelho, Adriana Viveiros e Grinualda Pavão.

A Casa dos Açores do Ontário, fundada há 33 anos, conta atualmente com 375 sócios ativos.



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