Autor: Lusa/Aonline
"As expectativas são as melhores e parto com objectivos muito ambiciosos", confessou Carlos Sousa, que representará uma equipa privada, ao volante de um Mitsubishi, mas contará com grande parte do "staff" que representava os japoneses quando a marca nipónica integrava a lista de equipas oficiais.
Apesar da ambição, que aponta para um lugar entre os 10 primeiros, "ou até um pouco melhor", Carlos Sousa viaja para a América do Sul, onde disputará o primeiro Dakar na zona alternativa, com o amargo paradoxal de pertencer ao grupo restrito de pilotos de elite.
Em virtude do bom palmarés no histórico do Dakar, que deve regressar em 2011 a solo africano, Carlos Sousa foi colocado pela organização na categoria de topo, sendo, por isso, obrigado a algumas restrições mecânicas, à imagem de todos os concorrentes das duas equipas oficiais.
"O facto de ter sido colocado entre os pilotos de elite acaba por ser um presente envenenado. A Volkswagen e a BMW também fizeram alguma pressão para eu não sair desta lista", lamentou Carlos Sousa.
A alternativa encontrada pela organização para equilibrar a prova e o reconhecimento do historial de Carlos Sousa (um quarto e três quintos lugares num total de 11 participações) acabou por prejudicar o português, que vai guiar um carro a gasolina com um limitador de potência no Mitsubishi.
Esta deverá ser a última vez que os organizadores da prova rainha do todo-o-terreno recorrerão a alternativa sul-americana (esta edição disputa-se em solo argentino e chileno, entre 01 e 17 de Janeiro), uma hipótese do agrado de Carlos Sousa, com um vínculo bem mais forte a África.
"Há alguns anos atrás, competi uma semana na zona de Córdoba, mas não conheço bem a região. Nunca deixei de fazer pressão para a prova regressar a África e uma das formas de o fazer foi não ter disputado a edição de 2009", admitiu o piloto português, que tem grandes esperanças que o Dakar volte às origens já em 2011.