“No âmbito da nossa reunião com o Governo Regional, foram colocadas algumas questões, […] nomeadamente a segunda fase do porto das Poças, que é a obra mais importante para o nosso concelho. Em termos de retorno económico, essa obra é urgente avançar”, disse a autarca independente Elisabete Nóia.
A presidente da autarquia de Santa Cruz, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Governo dos Açores, realizada no âmbito de uma visita estatutária à ilha das Flores, referiu que também colocou “a questão relativamente ao aumento do porto de Ponta Delgada que, neste momento, está um bocadinho congestionado devido a um aumento de pessoas e de pescadores”.
Segundo a autarca, no encontro, o município colocou também algumas preocupações sobre obras de reabilitação da Escola Básica e Integrada das Flores, bem como a colocação e a fixação de docentes naquele estabelecimento escolar.
Na saúde, referiu assuntos relacionados com a fixação de médicos e o acesso a consultas e a cirurgias e abordou ainda questões como o aumento do parque de estacionamento da aerogare das Flores e a instalação de uma câmara de frio para apoio aos pescadores, entre outras.
Sobre as obras nos portos das Poças e de Ponta Delgada, Elisabete Nóia esclareceu que eram “muito ansiadas antes do porto das Lajes”.
“O porto das Lajes foi uma obra excecional e extraordinária, que decorreu com a sua destruição no âmbito do furacão Lorenzo, em 2019, estas obras eram muito reivindicadas há mais de 30 anos pela população”, afirmou.
O porto das Poças é o “principal polo económico” do concelho em relação a pescas e ao embarque e desembarque de passageiros por via marítima para o Corvo.
“Essa obra é importante para que surjam mais empresas ligadas a [atividades] marítimo-turísticas e essa necessidade já existia há mais de 30 anos. Por isso, voltámos a falar com o Governo Regional e esperemos que, nos próximos anos, ela se venha a realizar”, disse.
O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, referiu que na reunião com a autarquia de Santa Cruz das Flores deu alguns esclarecimentos sobre transportes, acessibilidade e obras, designadamente em infraestruturas portuárias e aeroportuárias e relacionadas com saúde e educação.
“Nós já lançámos concursos públicos que ficaram desertos. E, por isso, quer a situação do porto das Poças, quer a escola, nós temos os projetos, temos trabalho de casa feito, aguardaremos, em tempo, exatamente a disponibilidade da capacidade para que o mercado responda a esse desafio de contratação pública. Mas nós também temos bem a nota da avaliação que importa fazer, não necessariamente de ampliação, mas de qualificação, designadamente da aerogare”, explicou.
Segundo Bolieiro, a prioridade “está na conclusão e no grande encargo financeiro que representa o porto das Lajes, que é o principal porto de abastecimento à ilha”.
“Não deixaremos de, no que diz respeito a uma segunda fase, também atender àquilo que está projetado no porto das Poças. Mas, ainda assim, não é a prioridade máxima, até porque não há, como eu há pouco explicava, resposta no mercado para obra”, disse.
O governante garantiu que as obras nos portos das Poças e de Ponta Delgada “não estão esquecidas e podem ter potencial”.
“Mas não são, nesta fase, num caso uma prioridade estratégica e noutro, porque não é possível tendo em conta a questão ligada à disponibilidade da oferta do mercado, responder em matéria de obra pública”, concluiu.
José Manuel Bolieiro também anunciou que foi instalada uma câmara frigorífica, através da Lotaçor, para utilização dos pescadores, que “vai aportar valor” ao armazenamento e transporte do pescado da ilha das Flores.
