Autor: Lusa / AO online
“Há um risco político se houver falta de determinação ou se houver instabilidade, com certeza que as pessoas não acreditam, começam a duvidar. Quando começam a duvidar, começam a vender dívida pública portuguesa, os juros começam a aumentar e lá temos o caldo entornado”, declarou Durão Barroso, à margem da cerimónia de abertura do Fórum Empresarial do Algarve.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de haver um segundo resgate, Durão Barroso disse que era óbvio que Portugal tinha de “fazer um esforço como Estado” e que não se poderia “pedir apenas responsabilidade do Governo”, escusando-se a confirmar se se referia diretamente às decisões do Tribunal Constitucional.
“É responsabilidade de todos os órgãos de soberania e até é mais do que isso: é responsabilidade também da sociedade no seu conjunto”, acrescentou, referindo que não há em cima da mesa nenhuma alternativa para o segundo resgate.
Para o presidente da Comissão Europeia, o objetivo é Portugal voltar aos mercados”, “não estar dependente de empréstimos e dos seus credores” e poder “financiar-se autonomamente nos mercados”.
“Se houver dúvidas no Estado português quanto à determinação da execução das reformas, é que sobem as taxas de juro e fica comprometida qualquer margem para o crescimento”, alertou.
Durão Barroso reiterou que se Portugal não cumprir os passos que estão previstos, há um problema de falta de confiança para voltar aos mercados e poderá haver ou não um segundo resgate.
Durão Barroso participou hoje na II edição do Fórum Empresarial do Algarve, que está a decorrer em Vilamoura até dia 06 de outubro, e que reúne mais de três centenas de participantes, entre líderes políticos e empresariais para debater o tema “Um Portugal Europeu ou um Portugal Atlântico?”.
O evento, que é dinamizado pelo LIDE Portugal – Grupo de Líderes Empresariais, conta com as personalidades convidadas do panorama político e empresarial nacional como Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Fernando Pinto, Luís Marques Mendes, José Maria Ricciardi, Mira Amaral e Luís Amado.
Participam ainda convidados internacionais como os governadores brasileiros dos Estados do Amazonas, Pará e Goiás, Luiz Fernando Furlan e Paulo Rabello de Castro, também do Brasil, Guillermo de La Dehesa, de Espanha, Mário Machungo, de Moçambique, e Albina Assis, de Angola.