Autor: Lusa/AO Online
“Já
temos informação de haver falta de testes em algumas regiões do país,
nomeadamente na área de Lisboa de já não ser possível marcação de testes
para os próximos dias”, afirmou o presidente da ADN, José Gouveia, à
agência Lusa. Na
apresentação das medidas de controlo da pandemia, após reunião do
Conselho de Ministros, na quinta-feira, o primeiro-ministro, António
Costa, anunciou que a entrada nos espaços de diversão noturna vai estar
sujeita à apresentação de teste negativo àCovid-19, mesmo para
vacinados, a partir de quarta-feira, 01 de dezembro, estando discotecas e
bares encerrados entre 02 e 09 de janeiro. “Não
acreditamos que irá haver capacidade de testagem, principalmente nesta
primeira semana onde temos uma véspera de feriado e um fim de semana e,
além disso, temos um dérbi entre Benfica e Sporting [sexta-feira, 03 de
dezembro]. Se toda a gente que for ao estádio for testada, estamos a
falar de 60 mil testes só para esta situação”, apontou o representante
das discotecas. Sem
conseguir prever o impacto das medidas no funcionamento dos
estabelecimentos de diversão noturna, José Gouveia falou nos receios,
inclusive a falta de adesão dos clientes por o teste ser um custo
acrescido. “Não
só não haja capacidade [de testagem] como as pessoas desistam de ir às
discotecas em função de tudo aquilo que tem que fazer para chegar lá,
toda a burocracia”, referiu o presidente da ADN, aguardando pela entrada
em vigor das medidas, a partir das 00:00 do feriado de quarta-feira,
para ter uma noção do impacto. Sobre
a obrigatoriedade do uso de máscara no interior dos estabelecimentos de
diversão noturna, o representante das discotecas considerou que “a
palavra-chave, neste momento, é adaptação e é perceber se as pessoas se
adaptam”. “Temos
que perceber esta semana qual é a reação das pessoas e, em função
disso, o Governo também terá que fazer os seus ajustes e começarmos a
falar de que forma é que estas empresas com quebras de faturação terão
que ser apoiadas”, advertiu. Segundo
a resolução do Conselho de Ministros que declara a situação de
calamidade, a partir de quarta-feira, 01 de dezembro, e até às 23:59 de
20 de março de 2022, em território nacional continental, no âmbito da
pandemia da doença covid-19, “o acesso a bares, a outros
estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e a estabelecimentos com
espaço de dança, independentemente do dia da semana ou do horário,
depende da apresentação, pelos clientes: a) De certificado digital covid
da UE [União Europeia] nas modalidades de certificado de teste ou de
recuperação […]; ou b) De outro comprovativo de realização laboratorial
de teste com resultado negativo”. O diploma não refere a necessidade de certificação digital na modalidade de vacinação contra a covid-19. Na
sexta-feira, fonte do Ministério da Saúde explicou que a apresentação
de um teste PCR ou antigénio negativo à covid-19 vai permitir a entrada
em bares e discotecas, espaços de diversão noturna que estão sujeitos a
esta medida, a partir de dezembro, mesmo para vacinados. “No
caso dos testes PCR, devem ser realizados com 72 horas de antecedência.
No caso dos testes de antigénio, 48 horas”, precisou o Ministério da
Saúde. A
entrada nos bares com espaço de dança e discotecas, que abriram em 01 de
outubro depois de encerrados cerca de 19 meses devido à pandemia,
estava até agora cingida apenas à apresentação do certificado digital,
que podia ser relativo a vacinação, recuperação ou realização de teste
negativo.