Açoriano Oriental
António Mexia e Manso Neto vão deixar gestão da EDP

Os presidentes executivos da EDP e da EDP Renováveis, António Mexia e Manso Neto, ambos suspensos de funções, manifestaram-se indisponíveis para voltar a integrar os órgãos sociais do grupo num novo mandato.

António Mexia e Manso Neto vão deixar gestão da EDP

Autor: AO Online/ Lusa

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa informa que "na presente data, a EDP recebeu uma carta do presidente do Conselho de Administração Executivo, suspenso de funções, Dr. António Mexia, e uma carta do membro do Conselho de Administração Executivo (CAE) suspenso de funções, Dr. João Manso Neto, informando da respetiva indisponibilidade para integrar qualquer lista candidata aos órgãos sociais da EDP para o próximo mandato (2021-2023)".

"A este propósito, a EDP reconhece a indelével contribuição do Dr. António Mexia e do Dr. João Manso Neto para o crescimento e criação de valor para a sociedade e para os seus 'stakeholders' ao longo dos últimos 15 anos e deixa expressamente registadas a importância da liderança do Dr. António Mexia e a contribuição muito relevante do Dr. João Manso Neto no cumprimento dos objetivos da EDP neste período".

António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis, foram suspensos de funções em julho na empresa como medida de coação decidida pelo juiz Carlos Alexandre no caso EDP.

António Mexia foi reconduzido na liderança da EDP em abril de 2018, quando já era conhecida existência de um processo que investiga a introdução dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no setor elétrico nacional.

Em 12 anos de liderança da EDP, o gestor acompanhou a transição de empresa pública para privada, com a alienação da participação do Estado à China Three Gorges (CTG), que atualmente é o maior acionista da elétrica, com 21,55% do capital, e transformou a elétrica numa empresa mais renovável e internacional.

João Manso Neto, presidente executivo da EDP Renováveis desde 2006, que integrava o Conselho de Administração Executivo do grupo EDP, também foi suspenso de funções há seis meses no âmbito do mesmo processo.

António Mexia considerou hoje que a decisão de deixar a liderança da empresa foi a "mais difícil" da vida profissional, sobretudo por resultar de "um contexto de incompreensível injustiça", considerando que o processo em causa é "baseado em insinuações e suspeitas, alicerçado numa construção fantasiosa e puramente especulativa, sem qualquer aderência à verdade dos factos".

Numa carta dirigida ao presidente do Conselho Geral e de Supervisão, Luís Amado, e ao presidente da mesa da assembleia-geral, Palha da Silva, a que a Lusa teve acesso, António Mexia começa por dizer que "há decisões difíceis na vida e esta é uma delas" e, na última de quatro páginas, conclui que "é a mais difícil" acima de tudo por resultar de um contexto de incompreensível injustiça".


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