Açoriano Oriental
António Costa pede à China que use influência para pôr fim à guerra na Ucrânia

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu uma relação mais equilibrada com a China e pediu a Pequim que use a sua influência para pôr fim à guerra na Ucrânia, numa cimeira marcada por tensões comerciais

António Costa pede à China que use influência para pôr fim à guerra na Ucrânia

Autor: Lusa/AO Online

Num encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, parte da 25ª cimeira bilateral entre a União Europeia (UE) e a China, Costa afirmou que, passados 50 anos sobre o estabelecimento de relações diplomáticas, os laços económicos e humanos entre ambas as partes “cresceram exponencialmente, trazendo prosperidade para os dois lados”.

“Como parceiros comerciais de peso, as nossas economias e sociedades tornaram-se estreitamente interligadas. A UE e a China também cooperam no avanço da agenda ambiental multilateral”, sublinhou.

A cimeira decorreu num contexto de crescente desconfiança mútua, com a UE a insistir na necessidade de corrigir o desequilíbrio comercial e responder a práticas económicas que considera injustas, nomeadamente os subsídios estatais chineses à indústria, que têm impulsionado exportações de produtos a baixo custo para o mercado europeu, como veículos elétricos.

“Queremos trabalhar para garantir que a nossa relação económica seja equilibrada, recíproca e mutuamente benéfica. O comércio entre a UE e a China tornou-se crescentemente assimétrico e isso não é sustentável”, alertou Costa, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Segundo dados chineses, as exportações da China para a UE cresceram 7% no primeiro semestre do ano, enquanto as importações provenientes do bloco europeu caíram 6%, agravando o défice comercial europeu, que ultrapassa atualmente os 300 mil milhões de euros.

António Costa reforçou também as preocupações da UE em relação ao apoio chinês à Rússia, apelando a Li Qiang para que, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, use a sua influência para pôr fim à guerra na Ucrânia.

“Temos um interesse comum em manter relações construtivas e estáveis. Mas para isso é preciso que a China desempenhe um papel ativo em prol da paz e da estabilidade internacional”, afirmou.

A China tem evitado condenar a invasão russa e é acusada por Bruxelas e Washington de apoiar indiretamente Moscovo com exportações de bens de uso duplo civil e militar. Na véspera da cimeira, Pequim criticou as sanções europeias contra dois bancos chineses por alegadas ligações ao comércio com a Rússia.

Apesar das divergências, Costa frisou que a UE está “comprometida em aprofundar a parceria bilateral e em trabalhar com boa-fé e honestidade para enfrentar os desafios globais”, numa base de respeito mútuo, reciprocidade e compromisso com a ordem internacional baseada em regras.


 


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