Açoriano Oriental
António Costa avança para a marcação de um congresso no PS
O secretário-geral socialista, António Costa, vai convocar na terça-feira, durante a reunião da Comissão Política Nacional do PS, um congresso para definir a questão da liderança e da estratégia partidária após as eleições legislativas.
António Costa avança para a marcação de um congresso no PS

Autor: Lusa/AO online

 

Fonte oficial do PS referiu à agência Lusa que na reunião da Comissão Política, além da marcação de diretas para o cargo de secretário-geral, seguidas por um congresso nacional, o Secretariado Nacional, o órgão de direção executiva dos socialistas, também poderá avançar com a convocação de congressos nas federações (as estruturas distritais).

Embora António Costa não tivesse abordado diretamente a questão da marcação do congresso do PS, deixou mesmo assim um sinal de que isso iria acontecer logo no domingo à noite: "Há uma coisa que todos os socialistas sabem a meu respeito desde que me inscrevi na JS aos 14 anos: Nunca sou nem nunca serei um problema para o PS. Nunca faltarei quando for preciso e nunca estarei quando estiver a mais", afirmou.

Na sequência dos resultados eleitorais, em que o PS obteve 32,38% contra 38,55% da coligação PSD/CDS-PP, vários membros das direções lideradas por António José Seguro exigiram que António Costa retirasse consequências da derrota e marcasse um congresso.

Membros da anterior direção, como António Galamba, Mota Andrade e António Braga exigiram a demissão de António Costa, e Álvaro Beleza, membro da Comissão Política do PS, face ao silêncio do eurodeputado socialista Francisco Assis, já admitiu avançar ele próprio para a liderança.

Elementos da direção de António Costa consideraram à agência Lusa que estas reações "já eram expetáveis" e que o secretário-geral do PS não teme o esclarecimento interno, embora essa não seja a sua prioridade.

"O PS confronta-se agora com uma responsabilidade acrescida porque há um Governo sem maioria absoluta no parlamento. O PS não se pode voltar para dentro, distraindo-se das questões nacionais. Isso está bem presente na cabeça de António Costa", afirmou um membro da direção dos socialistas.

Em relação ao congresso do PS, antecedido de diretas, uma das questões que se coloca relaciona-se quando deverá ter lugar (antes ou após as eleições presidenciais de janeiro de 2016) e com o caráter que terá, ou seja, se será extraordinário ou ordinário (dois em dois anos).

Na sequência do último congresso, em novembro de 2014, que elegeu António Costa, deixou de estar em vigor a norma estatutária introduzida por António José Seguro em março de 2012 que associava a liderança do partido aos ciclos legislativos.

De fora, segundo fontes socialistas, está a possibilidade de serem convocadas eleições primárias, tal como aconteceu em junho de 2014, porque, em primeiro lugar, são dispendiosas financeiramente.

Depois, do ponto de vista organizativo, as eleições primárias abertas a simpatizantes são um processo moroso, ao longo de pelo menos três meses, o que deixaria o PS envolvido numa questão interna por um longo período temporal.

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