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Aliança acusa PS de "esquecer" a ilha Terceira

O líder do Aliança/Açores e candidato às eleições regionais, Paulo Silva, criticou o atraso do arranque das obras no Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, acusando o PS de esquecer a ilha Terceira.

Aliança acusa PS de "esquecer" a ilha Terceira

Autor: Lusa/AO Online

“Angra parou, a Terceira parou, por causa destes senhores que há 24 anos tomam conta da causa pública e têm esquecido em particular a ilha Terceira, como é notório e visível”, afirmou, à margem de uma visita ao Porto das Pipas.

Paulo Silva, que é cabeça de lista do Aliança pelo círculo eleitoral da ilha Terceira, lembrou que o cabeça de lista do PS pelo mesmo círculo e vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, já tinha prometido em 2008 um cais de cruzeiros no Porto das Pipas, mas só em 2020 arrancou a construção de uma rampa para navios roll-on/roll-off (ro-ro).

“No tempo e no espaço nós vemos porque é que a Terceira não cresce. Não é pela falta de iniciativa privada, é pela falta de vontade política”, acusou.

A obra de requalificação do Porto das Pipas e de construção da rampa ro-ro, orçada em cerca de 14 milhões de euros, foi iniciada em julho e tem um prazo de execução de 24 meses.

O candidato do Aliança lamentou, no entanto, que a empresa a quem foi adjudicada a obra não tenha recorrido a mão de obra local.

“Setenta por cento desses colaboradores tiveram de vir da Madeira. Nem a adjudicação, nem o concurso tiveram essa preocupação de os colaboradores serem da Terceira ou, pelo menos, dos Açores. É assim que a economia cresce nas nossas ilhas”, apontou.

Para Paulo Silva, a intervenção no Porto das Pipas é um “investimento estratégico” para permitir ligações entre Topo (São Jorge), Angra do Heroísmo (Terceira) e Santa Cruz (Graciosa), mas “a rampa ro-ro deveria ter sido feita há 20 anos”.

“É muito tempo sem fazer nada. É muito tempo a reagir, em vez de agir”, criticou.

Já o cais de cruzeiros, agora prometido para a cidade da Praia da Vitória, “não é um bom investimento para a Terceira”, na opinião do líder do Aliança/Açores, que alega que “a economia não cresce com um cais de cruzeiros”.

“Os turistas chegam a Ponta Delgada, apanham os autocarros para ir visitar as Furnas, regressam a Ponta Delgada, nem um café tomam e vão-se embora. O que é que eles nos deixam? O lixo de atravessar o Atlântico. E levam a nossa melhor água e a nossa melhor energia”, justificou.

As legislativas dos Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

O Aliança concorre pela primeira vez às eleições regionais dos Açores, apresentando listas nos círculos de São Miguel, Terceira e compensação.


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