Açoriano Oriental
Adesão portuguesa à microgeração é um sucesso
O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que Portugal tem consciência do problema global levantado pela sua dependência face ao petróleo e que a aposta na microgeração como alternativa está a ser um "sucesso" em termos de adesão.

Autor: Lusa / AO online
José Sócrates falava na sessão de abertura da conferência "Lisbon Energy Fórum 2007", promovida pela Galp Energia e pela Fundação Mário Soares.

    No Centro Cultural de Belém, perante representantes de empresas produtoras e empresas distribuidoras e comercializadoras de petróleo a nível mundial, Sócrates frisou que o problema da dependência do petróleo "ultrapassa a esfera económica e ambiental", sendo agora também uma questão que se coloca "à estabilidade política mundial".

    "Nesta questão verdadeiramente geoestratégica, o que não conseguirmos resolver em conjunto não terá solução. Não está apenas em causa o curto prazo, ou um determinado país, mas a economia global e a estabilidade política mundial", salientou o actual presidente em exercício da União Europeia, numa referência aos problemas levantados pela dependência de combustíveis fósseis.

    Num discurso em que o primeiro-ministro sublinhou a necessidade de "um combate às alterações climáticas (com a coordenação das Nações Unjidas) e de uma aposta nas energias renováveis", Sócrates defendeu a ideia que, no caso específico de Portugal, "há agora uma consciência sobre a questão energética do país".

"A adesão aos programas de microgeração é um sucesso. Só entre Instituições Privadas de Solidariedade Social já foram entregues 705 projectos", justificou.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro evidenciou os problemas estruturais levantados pela permanência de economias dependentes do petróleo: a subida contínua do preço do barril de crude (que atinge já os 80 dólares), a segurança ao nível do abastecimento e as emissões poluentes para a atmosfera.

"Não há os sectores que são contra o petróleo e os sectores que são a favor do petróleo", observou, antes de vincar que os problemas apontados são de carácter estrutural e de sustentar que as soluções para eles estão identificadas.

"Acreditamos que os pilares da resposta são a diversificação das fontes energéticas e dos produtores", apontou, referindo depois a meta da União Europeia de reduzir em 20 por cento as emissões de gases poluentes até 2020.

Em termos de curto prazo - numa fase em que as economias ocidentais são ainda dependentes do petróleo -, Sócrates defendeu que também neste campo Portugal segue uma estratégia de redução de impactos negativos.

Nesse sentido, disse que o seu Governo tem apostado na existência de um "cluster" petroquímico em Sines, na prospecção de petróleo na costa algarvia, nas parcerias empresariais e na liberalização do mercado energético.

No fórum - além dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, da Economia, Manuel Pinho e do comissário Europeu para a Energia, Andris Pieblags - estão presentes os líderes de algumas das maiores produtoras de petróleo e gás a nível mundial como a russa Gazprom, a argelina Sonatrach, a empresa nacional iraniana do petróleo (NIOC), a brasileira Petrobras, a venezuelana PDVSA, a indiana ONGC e a angolana Sonangol.

No Centro Cultural de Belém, as multinacionais BP, ENI, Chevron, Repsol e Total também estão presentes ao mais alto nível.
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