Açoriano Oriental
Açores/Eleições: Transporte de mercadorias e requalificação da aerogare são prioridades no Corvo

O transporte marítimo de mercadorias, a reabilitação da aerogare e da Unidade de Saúde e um estudo à reserva de água do Caldeirão são as preocupações principais no Corvo, aponta o Conselho de Ilha.

Açores/Eleições: Transporte de mercadorias e requalificação da aerogare são prioridades no Corvo

Autor: AO Online/ Lusa

“Obviamente que a questão dos transportes continua a estar sempre em cima da mesa e a questão das viagens de abastecimento de carga por via marítima também é um ponto que não pode passar ao lado, porque a situação ainda não está resolvida, está remediada, digamos assim”, afirmou à Lusa o presidente do Conselho de Ilha do Corvo.

A menos de um mês das eleições legislativas regionais, agendadas para 25 de outubro, José Manuel Silva, que é também presidente do único município da ilha, apontou algumas das questões que o órgão consultivo quer ver resolvidas na próxima legislatura.

Num território disperso por nove ilhas, os transportes são sempre prioridade, particularmente nas ilhas pequenas. Na mais pequena delas todas, esta questão ganha relevância depois de um ano de irregularidades no transporte marítimo de mercadorias, consequência da passagem do furacão Lorenzo pela região.

“Caminhando novamente para o inverno e para os próximos invernos, prevemos que a situação se possa complicar outra vez, daí que essa questão se torne premente”, alerta o autarca.

O Conselho de Ilha do Corvo lembra outra preocupação cuja resolução, “supostamente, está prevista para o próximo ano, mas que não está resolvida ainda, que é a ampliação da aerogare do Corvo e, simultaneamente, porque se trata do mesmo edifício, a ampliação do quartel de bombeiros”.

Há também uma necessidade de “reorganização e eventual ampliação das atuais instalações de saúde”, aponta o presidente deste órgão, que menciona a falta de espaço do edifício, que tem “mais de 30 anos”.

Ainda em termos de obras públicas, o autarca pede a repavimentação da estrada do Caldeirão, “antes que seja precisa uma intervenção de maior monta”.

No cimo da estrada, a Lagoa do Caldeirão também inspira cuidados, devido à “falta de água que, durante a maior parte do ano, ela já apresenta” e os corvinos querem que, “pelo menos”, sejam feitos “estudos para uma eventual intervenção, dentro daquilo que, depois, os estudos apontem que serão as necessidades”.

A gestão de resíduos urbanos é outra das questões levantadas, já que o “centro de processamento de resíduos foi destruído há uns anos pelo mau tempo e, a partir daí, nunca funcionou a 100%”, além de que o “transporte de resíduos é feito de forma que não é a mais indicada”, refere.

Quanto à agricultura, urge encontrar uma “solução que seja praticável e que possa ser eficaz, dentro daquilo que é o expectável”, no combate aos roedores.

José Manuel Silva esclareceu ainda que “não há problema com o delegado de saúde - o delegado de saúde existe e está nomeado”.

O autarca respondia à Lusa depois de o atual deputado e candidato pelo PPM, Paulo Estêvão, ter afirmado, no debate entre os candidatos da ilha promovido pela RTP/Açores, que o Corvo estava sem delegado de saúde e que a Unidade de Saúde de Ilha estava sem direção.

“O médico que está cá é delegado de saúde. Não há é diretor clínico”, reforçou.

A ilha esteve sem médico durante “cerca de um mês e meio”, entre a altura em que o anterior clínico se reformou até o seu substituto ser colocado, o que aconteceu em meados de agosto, adiantou José Manuel Silva.

“Obviamente que essas questões me preocupam, mas muito sinceramente aquilo que me preocupa são os cuidados que são prestados às pessoas. Se temos um médico, que é delegado de saúde, portanto, o resto, sinceramente, prende-se com questões administrativas que são ‘fait-divers’ nesta altura, porque não põem em causa o funcionamento da unidade de saúde, nem a prestação de cuidados de saúde às pessoas”, afirmou.

Os Conselhos de Ilha são órgãos consultivos, que juntam representantes de diversos setores da sociedade civil para promover a “pluralidade democrática”, lê-se no decreto legislativo que os regula.

Deles fazem parte autarcas, representantes empresariais, das pescas, da agricultura, de instituições particulares de solidariedade social, de sindicatos, associações ambientalistas, associações de defesa da igualdade de género e da Universidade dos Açores.

Estes órgãos contam ainda com um membro do Governo Regional, que não tem direito a voto, e nele podem participar os deputados eleitos pelo respetivo círculo de ilha, ou pelo círculo regional de compensação, também sem direito a voto.

O Governo Regional dos Açores reúne com cada um dos Conselhos de cada uma das nove ilhas do arquipélago, pelo menos, uma vez por ano.

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro e contam com 337 eleitores inscritos no Corvo, mais três do que há quatro anos.

Nas anteriores legislativas açorianas, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.


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