Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro diz que “eventuais decisões” serão tomadas no caso das evacuações médicas

O presidente do Governo dos Açores declarou hoje que “eventuais decisões” serão tomadas no caso das evacuações médicas, garantindo que os relatórios sobre este processo serão públicos.


Autor: Lusa/AO Online

Vasco Cordeiro, questionado sobre o relatório do inquérito da Inspeção Regional de Saúde sobre o caso de eventual interferência de uma administradora hospitalar em evacuações médicas, adiantou que “faz parte do património deste Governo a apresentação de uma proposta para tornar públicos os relatórios das auditorias, sendo este também público”.

O episódio, ocorrido em fevereiro de 2017, motivou uma queixa por escrito ao Serviço Regional de Proteção Civil e foi remetida para a Secretaria Regional da Saúde, que optou por não a enviar para a Inspeção Regional de Saúde.

O presidente do Governo Regional, que falava aos jornalistas, no Palácio de Santana, no final das audiências concedidas os parceiros sociais e partidos políticos no âmbito da preparação do Plano e Orçamento para 2019, revelou já ter em sua posse o relatório do inquérito sobre o assunto, mas não adiantou conclusões ou recomendações do texto.

O PSD/Açores pediu hoje ao executivo regional "a cópia integral" do relatório do inquérito, referindo que "é necessário e imperioso o cabal esclarecimento da verdade relativamente ao caso das evacuações médicas ocorridas em 02 de fevereiro de 2017".

A deputada do PSD/Açores Mónica Seidi, citada em nota de imprensa, declarou que o governante com a pasta da Saúde, Rui Luís, esteve em comissão parlamentar, mas, "com o seu silêncio", acabou "por ser cúmplice da situação".

“E, se, no início, desvalorizou a mesma, esse mesmo silêncio acabou por desautorizar o próprio presidente do Governo, pelo que duvidamos que mantenha as condições necessárias para continuar a exercer as suas funções como secretário regional da Saúde", conclui a social-democrata.

A Proteção Civil dos Açores terá alegadamente recebido dois pedidos de retirada de doentes (tecnicamente denominada "evacuação médica") quase em simultâneo: um de uma criança de 13 meses com uma depressão respiratória num contexto de convulsão febril, na ilha Graciosa, e outro de uma jovem de 20 anos com um traumatismo cranioencefálico em São Jorge.

A coordenadora dos médicos reguladores do suporte imediato de vida (SIV) – que, tal como a reguladora de serviço, rejeitou ser ouvida em comissão - denunciou uma alegada interferência da presidente do conselho de administração do Hospital da Ilha Terceira na decisão, numa carta enviada ao presidente da Proteção Civil dos Açores, mas a Secretaria Regional da Saúde terá decidido que não haveria motivo para avançar com um inquérito.

Segundo a coordenadora, a médica reguladora decidiu que seria feita uma retirada conjunta dos dois doentes, alegando que apresentariam níveis de gravidade semelhantes, mas, após pressões da diretora do Hospital da Ilha Terceira, terá sido dada prioridade à doente de São Jorge, que era familiar de Olga Freitas.

A Força Aérea acabou por socorrer primeiro a doente de São Jorge, levando-a para São Miguel, onde existe o serviço de neurocirurgia, fazendo posteriormente uma segunda viagem entre a Graciosa e a ilha Terceira para transportar a bebé de 13 meses.

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, admitiu na semana passada que as duas evacuações médicas, quase simultâneas, poderiam ter sido respondidas com maior rapidez.

“Tudo correu na perfeição? Não. Demorámos muito tempo a tomar a decisão”, disse, ressalvando que o “caso clínico mais grave foi evacuado primeiro”.


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