Açoriano Oriental
Último “Czar” do século XX à venda no primeiro trimestre de 2024

A Adega Czar, da ilha do Pico, volta a juntar-se à Vista Alegre para apresentar no primeiro trimestre de 2024 um produto de qualidade superior e que tem enorme significado para a família de Fortunato Garcia

Último “Czar” do século XX à venda no primeiro trimestre de 2024

Autor: Célia Machado

O último “Czar” do século XX vai estar disponível, no primeiro trimestre de 2024, a 6 500 euros a garrafa de cristal de 0,75 litros. Já há lista de espera para assegurar, ao menos, uma das 86 garrafas deste vinho verdelho com Denominação de Origem Protegida, produzido a partir de uvas que nascem na Criação Velha, na Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património Mundial da Humanidade.

A Adega Czar, da ilha do Pico, volta a juntar-se à Vista Alegre para apresentar um produto de qualidade superior e que tem enorme significado para a família, como nos conta o produtor Fortunato Garcia: “O vinho, da colheita de 1999, foi ainda produzido pelo meu pai, José Duarte Garcia, que guardou uma barrica por ter gostado muito dele. Mais tarde, deu nove garrafões a cada um dos três filhos”. Algum foi consumido, mas os irmãos Fortunato, Genuína Sousa e José Duarte Garcia decidiram juntar o que restou e fazer um lote especial, que, de certa forma, homenageia o pai, falecido em 2007.

Este será o “Czar” mais caro de sempre a ser disponibilizado e a segunda vez que a Vista Alegre surge ligada à marca, depois de, em 2017, a adega ter apresentado a produção de 2009 em 75 garrafas de cristal, de 0,50 litros, a mil euros, com vinho que, de forma totalmente natural, atingiu os 20,1% de álcool. Todas foram vendidas em menos de seis meses e, curiosamente, a maioria (52) foi adquirida por portugueses.

Vem aí o “premium” de 2013
Mais cedo, os apreciadores deste “néctar dos deuses” vão poder adquirir o “premium” da colheita de 2013, uma prenda que chega na próxima época natalícia e que também já conta com interessados de vários países, ao ponto de estar quase esgotado. Serão 863 garrafas de 0,75 litros, com 19% de teor de álcool, a preço mais acessível mas, ainda assim, fora do alcance de muitas carteiras - 500 euros.

O sucesso do “Czar” é crescente e fica a dever-se ao facto do vinho comercializado apresentar sempre teor de álcool obtido naturalmente, só a partir da fruta, e com grau elevado. Esta característica tem sido noticiada por diversos órgãos de comunicação social internacionais, como a “Forbes” e a “BBC Travel”, o que trouxe grande notoriedade para o “Czar”.

Outro dos fatores foi a criação da página da internet (czarwine.pt), através da qual o público estrangeiro tem-se aproximado da marca e agendado visitas à adega para provas.

“O número de visitantes que têm passado neste mês de maio pela adega está muito acima do habitual para esta altura do ano. São americanos, belgas, suíços, franceses... muitas nacionalidades. Habitualmente, era em meados de junho que tínhamos esta afluência”, refere Fortunato Garcia, produtor mas também professor e músico.

“Czarina” em 2024
Os projetos da adega não se ficam por aqui e prepara-se um novo produto para ser dado a conhecer oficialmente em 2024, tudo porque a mãe, Maria Teresa Gomes, nunca gostou muito do “Czar”.

A pensar nela e inspirando-se na bem conhecida angelica, produz-se, há anos, para ser consumido em casa, um vinho mais doce. No próximo ano, deixará o ambiente familiar e será apresentado com o nome “Czarina”.

E outra marca será criada para aproveitar produção de diversos anos, com qualidade excecional, mas que, pelos mais variados motivos, não cumpre os altos padrões de qualidade e as características que o produtor definiu para o “Czar”.

Sobre a vindima deste ano, nos 3,5 hectares de vinhas com currais de pedra basáltica, ainda muito pode acontecer mas, para já, as expectativas são boas: “muito cachinho a vingar”.

Paciência é mesmo a melhor palavra para associar ao “Czar”, ainda mais se for um bom apreciador do vinho, uma vez que este passa por um estágio de oito anos em barrica, é engarrafado e faz um novo estágio mas de seis meses antes de ser posto à disposição dos consumidores.

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