Autor: Carlos Adalberto Silva
Em 2007 o número de camas disponíveis nos diversos navios de cruzeiros rondava as 345 mil. Nos Estados Unidos, em 2006, esta indústria terá originado 35,7 mil milhões de euros e criado cerca de 348 mil empregos.
Na Europa a indústria de cruzeiros tem tido também uma expansão muito forte, com uma taxa de crescimento anual à volta dos 10%, desde 2001. Em 2006, mais de 3,4 milhões de cidadãos europeus desfrutaram dos prazeres de um cruzeiro e cerca de 76% visitaram destinos europeus. A indústria de cruzeiros na Europa é responsável por mais de 250 mil empregos e originou um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros. Por cada 1 milhão de euros gastos pela indústria de cruzeiros são originados 2.2 milhões de euros em outras actividades económicas e criados cerca de 21 empregos líquidos.
Nos próximos três a quatro anos a capacidade da indústria de cruzeiros irá crescer cerca de 25%. Até 2012 estão encomendados 43 novos navios (40 % para o mercado europeu), estimando-se que o número de camas disponíveis se aproxime dos 450 mil.
Hoje é convicção da maioria dos Açorianos que o turismo é um sector fundamental para o desenvolvimento económico e social da nossa Região. Sendo uma actividade por excelência de serviços, o turismo envolve um conjunto muito vasto de actores e tem um efeito transversal em diversas actividades económicas e sociais. Alargar o seu leque de acção na procura de novos, mais expressivos e variados mercados, é estratégico, pelo que ampliar o número de escalas de cruzeiros nos portos da Região é um objectivo há algum tempo delineado e que tem vindo a ser concretizado. Tanto mais que o turismo de cruzeiros vem alargar a nossa época alta. Repare-se que os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro estão vendidos por natureza no turismo tradicional. Ora, o turismo de cruzeiros surge em força nos Açores e também noutros destinos aqui próximos, como a Madeira ou Lisboa, nos meses de Março, Abril e Maio e depois em Outubro, Novembro e Dezembro, altura em que o transporte de passageiros inter-ilhas menos expressão tem e em que o turismo vindo dos mercados tradicionais não tem uma expressão tão forte.
É por isso que o turismo de cruzeiros vem complementar a oferta existente e vem permitir cada vez mais uma estabilidade durante todo o ano dos empregos nas áreas dos serviços.
Os Açores estão a viver o renascer da navegação de passageiros, fruto de múltiplos esforços e boas vontades traduzidos no crescimento acentuado do turismo de cruzeiros e cujo interesse manifestado motivou a aposta na criação de infra-estruturas portuárias adequadas ao seu futuro desenvolvimento sustentado.
Embarcar num transatlântico hoje ultrapassa o conceito de "viajar" para entrar no conceito de "férias viajando através do mar". Um navio de cruzeiros moderno possui todas as características de uma pequena cidade no mar, com teatro, facilidades desportivas, centro de congressos, lojas, casino e, evidentemente, múltiplos restaurantes, numa operação hoteleira altamente sofisticada para servir as variadas necessidades e gostos dos seus hóspedes.
Os Açores estão a cerca de 900 milhas do continente europeu e a cerca de 2 200 milhas do continente norte-americano: o principal emissor de turistas para a indústria de cruzeiros. Santa Maria e as Flores distam entre si 300 milhas. Somos nove ilhas vulcânicas, todas elas de uma beleza e exotismo extraordinário e um clima ameno. Somos a fronteira mais ocidental da Europa e a natural porta de entrada de quem vem do continente norte-americano para o continente europeu. Possuímos facilidades portuárias e o Governo Regional dos Açores está a investir na criação de outras mais para os que viajam pelo mar. Podemos ser uma paragem obrigatória, repousante para quem atravessa o Oceano Atlântico.
Temos enormes potencialidades em termos de cruzeiros temáticos, como tem sido demonstrado pela procura nos últimos anos, e podemos ser um destino turístico per se para a indústria do "fly and cruise", por termos ligações aéreas directas com os principais mercados emissores de turistas, tanto no continente norte-americano como no europeu.
Com a globalização crescente desta actividade, com o aumento do número de navios de cruzeiros, há uma procura crescente de novos mercados, especialmente daqueles que fiquem próximos das rotas obrigatórias da indústria e que garantam a fiabilidade e qualidade do serviço prestado. Os turistas procuram novas experiências, mercados exóticos e cada vez mais as companhias procuram oferecer destinos únicos – esta constituirá certamente a nossa "janela de oportunidade".
Os Açores como destino ainda são pouco conhecidos e no negócio de turismo de cruzeiros ainda não são determinantes na construção de itinerários. Uma promoção adequada na divulgação do destino é fundamental para o aumento de escalas únicas ou múltiplas no Arquipélago, reduzindo a forte dependência actual do fenómeno de "reposicionamento sazonal". As escalas bem-sucedidas são um grande aliado da promoção externa, a par das intervenções através dos média e feiras da especialidade. Surpreender os passageiros e as tripulações que nos visitam com uma boa e agradável experiência torna-os autênticos embaixadores junto das companhias armadoras no processo de tomada de decisão por itinerários que incluam os Açores.
A grande competição entre as companhias de cruzeiros leva-as a diversificar itinerários, de forma a não sugerirem sempre o mesmo. Isso pode constituir uma vantagem, não só para os portos portugueses em geral, como em particular para os açorianos. A diversificação da oferta turística açoriana a nível de visitas em excursões, um dos principais negócios e motivação das escalas, fazendo salientar as questões de segurança, a afabilidade das suas gentes e a história das ilhas, encontra no nosso destino eco às exigências dos navios de cruzeiro e bem assim aos seus produtos e clientela.
Factores penalizantes como a localização geográfica a norte, a distância às principais zonas onde a indústria se desenvolve, as condições atmosféricas incertas, a carência de capacidade logística na maioria das ilhas para a recepção de grandes paquetes, não poderão alterar-se de um dia para o outro. Contudo, os resultados obtidos nos últimos anos, o razoável número de escalas na Região em 2007 e 2008 e as anunciadas para 2009, bem como o entusiasmo dos armadores relativamente ao novo terminal e a atitude amigável das populações locais, deixam antever que os próximos anos serão de confiança no futuro.
Os portos, os terminais de passageiros, os autocarros, os táxis, os restaurantes, os bares, as lojas e os locais a visitar constituem os instrumentos, mas são as pessoas que fazem o destino. O turismo de cruzeiros é uma indústria complexa e muito exigente quanto a organização e excelência de serviços. Assenta num plano de marketing bem urdido, onde o cliente é a principal razão de ser do navio, da organização, do motivo e determinação dos itinerários. O destino Açores valerá pela experiência que proporcionar mas resultará fundamentalmente daquilo que somos, como empresários, como cidadãos e como anfitriões.
Na Europa a indústria de cruzeiros tem tido também uma expansão muito forte, com uma taxa de crescimento anual à volta dos 10%, desde 2001. Em 2006, mais de 3,4 milhões de cidadãos europeus desfrutaram dos prazeres de um cruzeiro e cerca de 76% visitaram destinos europeus. A indústria de cruzeiros na Europa é responsável por mais de 250 mil empregos e originou um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros. Por cada 1 milhão de euros gastos pela indústria de cruzeiros são originados 2.2 milhões de euros em outras actividades económicas e criados cerca de 21 empregos líquidos.
Nos próximos três a quatro anos a capacidade da indústria de cruzeiros irá crescer cerca de 25%. Até 2012 estão encomendados 43 novos navios (40 % para o mercado europeu), estimando-se que o número de camas disponíveis se aproxime dos 450 mil.
Hoje é convicção da maioria dos Açorianos que o turismo é um sector fundamental para o desenvolvimento económico e social da nossa Região. Sendo uma actividade por excelência de serviços, o turismo envolve um conjunto muito vasto de actores e tem um efeito transversal em diversas actividades económicas e sociais. Alargar o seu leque de acção na procura de novos, mais expressivos e variados mercados, é estratégico, pelo que ampliar o número de escalas de cruzeiros nos portos da Região é um objectivo há algum tempo delineado e que tem vindo a ser concretizado. Tanto mais que o turismo de cruzeiros vem alargar a nossa época alta. Repare-se que os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro estão vendidos por natureza no turismo tradicional. Ora, o turismo de cruzeiros surge em força nos Açores e também noutros destinos aqui próximos, como a Madeira ou Lisboa, nos meses de Março, Abril e Maio e depois em Outubro, Novembro e Dezembro, altura em que o transporte de passageiros inter-ilhas menos expressão tem e em que o turismo vindo dos mercados tradicionais não tem uma expressão tão forte.
É por isso que o turismo de cruzeiros vem complementar a oferta existente e vem permitir cada vez mais uma estabilidade durante todo o ano dos empregos nas áreas dos serviços.
Os Açores estão a viver o renascer da navegação de passageiros, fruto de múltiplos esforços e boas vontades traduzidos no crescimento acentuado do turismo de cruzeiros e cujo interesse manifestado motivou a aposta na criação de infra-estruturas portuárias adequadas ao seu futuro desenvolvimento sustentado.
Embarcar num transatlântico hoje ultrapassa o conceito de "viajar" para entrar no conceito de "férias viajando através do mar". Um navio de cruzeiros moderno possui todas as características de uma pequena cidade no mar, com teatro, facilidades desportivas, centro de congressos, lojas, casino e, evidentemente, múltiplos restaurantes, numa operação hoteleira altamente sofisticada para servir as variadas necessidades e gostos dos seus hóspedes.
Os Açores estão a cerca de 900 milhas do continente europeu e a cerca de 2 200 milhas do continente norte-americano: o principal emissor de turistas para a indústria de cruzeiros. Santa Maria e as Flores distam entre si 300 milhas. Somos nove ilhas vulcânicas, todas elas de uma beleza e exotismo extraordinário e um clima ameno. Somos a fronteira mais ocidental da Europa e a natural porta de entrada de quem vem do continente norte-americano para o continente europeu. Possuímos facilidades portuárias e o Governo Regional dos Açores está a investir na criação de outras mais para os que viajam pelo mar. Podemos ser uma paragem obrigatória, repousante para quem atravessa o Oceano Atlântico.
Temos enormes potencialidades em termos de cruzeiros temáticos, como tem sido demonstrado pela procura nos últimos anos, e podemos ser um destino turístico per se para a indústria do "fly and cruise", por termos ligações aéreas directas com os principais mercados emissores de turistas, tanto no continente norte-americano como no europeu.
Com a globalização crescente desta actividade, com o aumento do número de navios de cruzeiros, há uma procura crescente de novos mercados, especialmente daqueles que fiquem próximos das rotas obrigatórias da indústria e que garantam a fiabilidade e qualidade do serviço prestado. Os turistas procuram novas experiências, mercados exóticos e cada vez mais as companhias procuram oferecer destinos únicos – esta constituirá certamente a nossa "janela de oportunidade".
Os Açores como destino ainda são pouco conhecidos e no negócio de turismo de cruzeiros ainda não são determinantes na construção de itinerários. Uma promoção adequada na divulgação do destino é fundamental para o aumento de escalas únicas ou múltiplas no Arquipélago, reduzindo a forte dependência actual do fenómeno de "reposicionamento sazonal". As escalas bem-sucedidas são um grande aliado da promoção externa, a par das intervenções através dos média e feiras da especialidade. Surpreender os passageiros e as tripulações que nos visitam com uma boa e agradável experiência torna-os autênticos embaixadores junto das companhias armadoras no processo de tomada de decisão por itinerários que incluam os Açores.
A grande competição entre as companhias de cruzeiros leva-as a diversificar itinerários, de forma a não sugerirem sempre o mesmo. Isso pode constituir uma vantagem, não só para os portos portugueses em geral, como em particular para os açorianos. A diversificação da oferta turística açoriana a nível de visitas em excursões, um dos principais negócios e motivação das escalas, fazendo salientar as questões de segurança, a afabilidade das suas gentes e a história das ilhas, encontra no nosso destino eco às exigências dos navios de cruzeiro e bem assim aos seus produtos e clientela.
Factores penalizantes como a localização geográfica a norte, a distância às principais zonas onde a indústria se desenvolve, as condições atmosféricas incertas, a carência de capacidade logística na maioria das ilhas para a recepção de grandes paquetes, não poderão alterar-se de um dia para o outro. Contudo, os resultados obtidos nos últimos anos, o razoável número de escalas na Região em 2007 e 2008 e as anunciadas para 2009, bem como o entusiasmo dos armadores relativamente ao novo terminal e a atitude amigável das populações locais, deixam antever que os próximos anos serão de confiança no futuro.
Os portos, os terminais de passageiros, os autocarros, os táxis, os restaurantes, os bares, as lojas e os locais a visitar constituem os instrumentos, mas são as pessoas que fazem o destino. O turismo de cruzeiros é uma indústria complexa e muito exigente quanto a organização e excelência de serviços. Assenta num plano de marketing bem urdido, onde o cliente é a principal razão de ser do navio, da organização, do motivo e determinação dos itinerários. O destino Açores valerá pela experiência que proporcionar mas resultará fundamentalmente daquilo que somos, como empresários, como cidadãos e como anfitriões.