Açoriano Oriental
Três ‘grandes’ preocupados com centralização, ranking europeu e carga fiscal

Os administradores financeiros de Sporting, Benfica e FC Porto juntaram-se para discutir as principais preocupações no futuro económico dos clubes portugueses, apontando à centralização de direitos audiovisuais, ranking da UEFA ou carga fiscal elevada

Três ‘grandes’ preocupados com centralização, ranking europeu e carga fiscal

Autor: Lusa/AO Online

Em painel no evento Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol, em Oeiras, Francisco Salgado Zenha, Nuno Catarino e José Pedro Pereira da Costa mostraram visões alinhadas e muito parecidas, apesar de todas as divergências e rivalidades.

“Contratar jogadores será cada vez mais difícil, a capacidade financeira está mais robusta. Ou entramos nesse caminho de robustez, ou iremos ter dificuldades em acompanhar o resto da Europa. Para isso, vamos ter de fazer, de forma eficiente, a centralização dos direitos, mas se os três ‘grandes’ baixarem o nível, não vamos ganhar pontos nas provas europeias. Temos de ter cuidado a fazer a distribuição deste ‘bolo’”, frisou o vice-presidente financeiro do clube ‘leonino’, Salgado Zenha.

Portugal vive atualmente um momento de transição para um modelo centralizado da venda dos direitos televisivos, com o intuito de uma distribuição mais justa e equitativa das receitas entre os clubes profissionais, no qual os três ‘grandes’ não querem sair prejudicados, sob pena de uma possível ‘queda’ no ranking da UEFA.

“Temos de manter o sexto ou sétimo lugar do ranking e criar, para além dos clubes grandes, mais equipas competitivas na Liga Conferência. Foi por aí que os Países Baixos e a Bélgica conseguiram. Não têm clubes tão grandes como o nosso país, mas têm uma boa estrutura de clubes médios”, sublinhou o vice-presidente dos ‘encarnados’, Nuno Catarino, que, contudo, elogiou a competitividade dos clubes portugueses, em comparação com as finanças e aquilo que o país “poderia dar”.

Outro fator de preocupação assenta na carga fiscal elevada, tendo sido dado um exemplo com Di María, que voltou ao Benfica ao abrigo do programa Regressar, o que culminou num limite do programa, sendo “injusto” para a indústria do futebol.

“Houve um enorme esforço em fazer mais com menos recursos. Os portugueses têm pontos nos quais lutam de forma desigual face aos concorrentes europeus. Mais de 50% dos salários vão para impostos e segurança social. Só alinhar com a média significa uma poupança de custos relevante. Somos o país da Europa com a taxa de IRS mais alta. Para além das dificuldades diárias, impõe-se estes custos adicionais”, afirmou o diretor financeiro do FC Porto, José Pedro Pereira da Costa.

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