Trabalhadores da RTP tiveram oportunidade de intervir no plano de restruturação

O presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, disse esta quinta-feira que os trabalhadores tiveram oportunidade de intervir no delinear do Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento da empresa.


O gestor diz que a administração da empresa tem uma reunião mensal, em média, com a Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa e lamentou o "certo barulho" mediático motivado pelos "62 comunicados e 17 informações" da entidade representativa dos quadros da empresa de rádio e televisão.

Falando no parlamento, onde está a ser ouvido esta tarde na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, Alberto da Ponte traçou perante os deputados uma cronologia com os contactos recentes com os trabalhadores, nomeadamente desde que se soube que a RTP terá de viver a partir de 2014 somente das receitas comerciais e resultantes da taxa do audiovisual.

A administração criou inclusive uma página interna denominada "Fale com o presidente" onde, disse Alberto da Ponte, podem ser feitas questões "sob estrita confidencialidade" ao responsável máximo da RTP.

"Respondo sempre [às questões] e tenho respondido pessoalmente a alguns desses trabalhadores", declarou o gestor.

A administração da RTP encara a possibilidade de avançar para um processo de "despedimento coletivo" se o plano de rescisões amigáveis, entre 15 de março e 15 de maio, não surtir efeito, segundo o plano de reestruturação da empresa.

"Será lançado um plano de rescisões amigáveis a prolongar-se entre 15 de março e 15 de maio e depois - não vislumbramos outra alternativa para atingir a redução de custos ditada pela diminuição de receitas em 2014 - será equacionada como hipótese última o despedimento coletivo", afirma a administração da RTP no Plano de Restruturação e Redimensionamento da empresa, que foi entregue na quarta-feira pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, aos deputados.

O plano assenta no pressuposto de financiamento de 140 milhões de euros decorrentes da contribuição do audiovisual (CAV) e mais 40 milhões de receitas comerciais, sendo que a equipa de Alberto da Ponte estima ainda um cenário de aumento das receitas comerciais na ordem dos 13% por ano em 2014 e 2015 para, respetivamente, 45 e 51 milhões de euros, fixando em 52 milhões de euros a previsão de receitas comerciais em 2016.

O plano de reestruturação da televisão pública prevê ainda a hipótese de se "mitigar a inevitável necessidade de rescisões" através da "mobilidade interna" e "outplacement", cujo potencial - diz o documento - deverá ser analisado setor a setor.

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