Autor: Lusa/AO Online
Na primeira edição do novo Estoril Open, João Sousa foi recebido em apoteose, num estado de euforia que pareceu deixá-lo desconfortável. Literalmente rosto do torneio – uma entidade bancária distribuiu milhares de caras do vimaranense -, o melhor tenista português de sempre esteve muito longe do seu melhor, acusando a peso que lhe colocaram aos ombros.
Eliminado na primeira ronda de singulares por Rui Machado, o número um nacional aprendeu com a excessiva mediatização de 2015 e, este ano, resguardou-se, evitando entrevistas antes do arranque do torneio que define como o melhor ATP250 do mundo.
O 34.º classificado do ‘ranking’ continua a ser a grande esperança portuguesa, mas os dados jogam contra si, uma vez que vem de uma derrota na primeira ronda de Barcelona, onde revelou problemas lombares.
É em Sousa que as atenções estão centradas, mas não é o número um nacional o tenista luso que melhor tem jogado neste início da temporada. Mesmo que 83 lugares no ‘ranking’ os separam, Gastão Elias é um caso sério de sucesso em território nacional, como se pode comprovar nas três últimas eliminatórias da Taça Davis.
A jogar o melhor ténis da sua carreira, nas suas próprias palavras, o ‘mágico’, alcunha que recebeu na senda das suas grandes exibições na Davis, encontrou em Portugal o filão para brilhar, o que lhe valeu um ‘wild-card’ da organização.
Quarto-finalista da anterior versão do único torneio ATP português (2013 e 2014), o número dois nacional e 117.º da hierarquia mundial lida lindamente com a pressão de jogar em casa, transformando-a em motivação, mas tem contra si a inconstância que o leva, torneio após torneio, a disputar encontros em três ‘sets’.
Esgotam-se nos dois melhores tenistas lusos, que vão unir-se para jogar pares, as esperanças de uma caminhada triunfal no torneio de singulares, cujo quadro principal se disputa entre 25 de abril e 01 de maio, mas nunca se sabe se a reedição da frutuosa parceria entre Frederico Silva e Kyle Edmund nas duplas.
‘Kiko’, 253.º jogador mundial, recebeu, pelo segundo ano consecutivo, um convite da organização para o quadro principal de singulares, depois de em 2015 ter dado uma boa réplica ao bem mais cotado luxemburguês Gilles Muller (perdeu em três ‘sets’), mas é em pares que mais expetativas desperta.
Graças a um ‘wild-card’ da organização, o número três nacional vai reencontrar o seu antigo parceiro de pares, o britânico Kyle Edmund, com quem venceu dois torneios de ‘Grand Slam’, o Open dos Estados Unidos, em 2012, e Roland Garros, em 2013.
Falta saber onde ‘caberá’ Pedro Sousa (392.º), que depois de uma paragem prolongada por lesão, tem somado vitórias atrás de vitórias no circuito ‘future’ e esteve perto de bater Elias na segunda ronda do ‘challenger’ de Turim (Itália).
Caso a organização não consiga, à última hora, uma estrela maior a quem dar o último dos três convites este deverá ir parar às mãos do lisboeta. Se tal não acontecer, será certamente para Sousa um dos dois ‘wild-cards’ que o diretor João Zilhão tem para oferecer para a fase de qualificação, sendo o segundo uma grande incógnita.
Não seria estranho que hoje, data limite para atribuição dos convites para o ‘qualifying’, o nome de Rui Machado, que no ano passado afastou João Sousa na primeira ronda, fosse um dos anunciados.
-
premium'Fui próximo de elementos destacados do movimento oposicionista'
-
-
Cultura e Social
Protocolo garante concertos da Orquestra Ligeira