Açoriano Oriental
Cimeira do G-20
Sarkozy convida líderes a identificarem propostas da Europa para cimeira
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pretende que a cimeira informal de líderes europeus, que terá lugar sexta-feira em Bruxelas, permita identificar propostas e posições que a Europa deve levar à cimeira do G-20 sobre a crise financeira.

Autor: Lusa/AOonline
No convite enviado aos restantes 26 chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), a que a Lusa teve acesso, Sarkozy, presidente em exercício da UE, indica que "o objectivo principal" da reunião é "identificar em conjunto as propostas e iniciativas que a Europa poderá promover" na cimeira de 15 de Novembro em Washington, para "lançar a necessária reforma da arquitectura financeira internacional".

    "Este encontro permitir-nos-á igualmente fazer um primeiro ponto da situação económica e financeira e da aplicação das medidas decididas no nosso último Conselho Europeu para lhe fazer face", escreve o chefe de Estado francês na missiva enviada aos líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro poruguês, José Sócrates.

    Nicolas Sarkozy aponta ainda que, face ao carácter informal da reunião, não serão adoptadas conclusões, mas a presidência francesa apresentará ao almoço "um curto documento", elaborado no seguimento de uma reunião, terça-feira, dos ministros das Finanças da UE, "que servirá de guia às discussões de sexta-feira, de modo a assegurar uma boa preparação da cimeira de Washington".

    Os europeus pretendem fazer valer os seus pontos de vista face aos Estados Unidos fragilizados pela crise bancária e a partida do Presidente George W. Bush, mas com uma esperança renovada depois da eleição de Barack Obama.

    Mas os ministros das Finanças reunidos em Bruxelas terça-feira para preparar a reunião "informal" de sexta-feira diminuíram a ambição inicial dos europeus sobre o alcance das novas regras de funcionamento do sistema financeiro internacional.

    Num documento elaborado pela presidência francesa da União Europeia, é proposto o aumento da transparência e da responsabilidade dos actores financeiros, o reforço da regulamentação dos mercados, a redução das práticas de risco, a melhoria da supervisão do sistema financeiro e o reforço do papel do Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Os europeus têm defendido uma reforma real dos acordos de Bretton Woods que governam desde 1944 o sistema financeiro internacional.

    A UE quer aproveitar a actual crise financeira para impor os seus pontos de vista aos Estados Unidos, o principal responsável pela actual situação financeira e económica.

    A vitória de Barack Obama, mais aberto ao reforço da regulamentação dos mercados financeiros, deverá ajudar os 27 a alcançar esses objectivos.

    Os líderes das maiores economias mundiais (G-20) iniciam a 15 de Novembro, em Washington, uma série de cimeiras para definir as alterações ao actual sistema financeiro internacional.

    Fazem parte do G-20 os sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão, Alemanha), as economias emergentes (Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia) e a União Europeia.

    Criado em 1999, o G-20 representa 85 por cento da economia mundial e cerca de dois terços da população.
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