Açoriano Oriental
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PS celebra taxa de desemprego baixa e esquece outros indicadores

O líder regional e cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) pela ilha de São Miguel nas eleições açorianas, António Lima, diz que o PS celebra uma "baixa taxa" de desemprego de 4,9%, mas não observa outros indicadores.

PS celebra taxa de desemprego baixa e esquece outros indicadores

Autor: Lusa/AO Online

O dirigente do BE/Açores esteve esta quinta-feira, com a direção da CGTP/Açores, em Ponta Delgada, tendo declarado aos jornalistas que vê "com preocupação quando o Governo e o PS quase que celebram uma taxa de desemprego baixa (4,9%)”.

Em entrevista à agência Lusa, o chefe dos socialistas açorianos, Vasco Cordeiro, lembrou que, "no primeiro trimestre de 2014, os Açores tinham uma taxa de desemprego de 18%", enquanto no segundo trimestre deste ano o indicador se situava nos 4,9%.

Este número é inferior em 2,3 pontos percentuais ao do trimestre anterior e em 3,3 pontos percentuais em relação ao trimestre homólogo, segundo dados divulgados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA).

“É preciso ter em atenção outros indicadores, porque num trimestre apenas perdeu-se um enorme quantidade de pessoas para a inatividade, havendo neste momento uma taxa de população ativa que é a mais baixa desde 2013.Recuou-se muitos anos nesta matéria, perdeu-se quase 2.500 pessoas empregadas de 2019 para 2020 e é necessário olhar também para estes indicadores”, declarou o candidato.

António Lima referiu que aguarda pelos próximos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mas sublinhou que “possivelmente a realidade do desemprego” não é a que é descrita apenas pela taxa de desemprego: é necessário “olhar para a sociedade em geral, tendo havido muitas pessoas que perderam o emprego durante a pandemia da covid-19”.

Há trabalhadores, destacou, que “estão impedidos de exercer a sua atividade porque o seu setor estagnou, com contratos a prazo que não foram renovados, que também contam e foram atingidas pela crise”.

A propósito da alegada violação dos direitos dos trabalhadores, António Lima referiu que desde maio “está sem presidente a Comissão Regional para a Igualdade no Trabalho e no Emprego", que "funciona, mas precisa de meios”.

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

Nas eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.


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