“Há 40 anos, Portugal escolheu a Europa pela sua estabilidade democrática e desenvolvimento económico. Hoje, vemos muito da Europa em Portugal, mas sobretudo, vemos muito de Portugal na Europa”, afirmou Roberta Metsola.
Numa declaração enviada à Lusa a propósito do 40.º aniversário, que se assinala a 01 de janeiro de 2026, a responsável apontou que, “desde a sua adesão à UE, Portugal tem contribuído com o seu perfil diplomático único como fazedor de pontes, um parceiro estável e de confiança”, sendo “um país amigo que a União quer sempre ter a bordo”.
“Desde 1986, tanto a UE como Portugal mudaram profundamente para melhor. Os contributos de Portugal tornaram a UE mais forte, mais segura e mais próspera - e vice-versa”, acrescentou Metsola.
A líder da assembleia europeia observou ainda a “determinação e empenho [de Portugal] no projeto europeu”, que considerou que se vão manter “nas próximas décadas”.
Roberta Metsola é presidente do Parlamento Europeu desde janeiro de 2022, quando foi eleita pelos eurodeputados após a morte do então líder da instituição David Sassoli.
Ao ter 43 anos na altura da eleição, tornou-se na mais jovem presidente na história do Parlamento Europeu (PE), bem como a primeira pessoa de Malta a ocupar este cargo e a terceira mulher a liderar a instituição.
Em julho de 2024, foi reeleita para continuar à frente do PE até 2027.
A 01 de janeiro de 1986 foi concretizada a adesão de Portugal à CEE, que provocou mudanças estruturais significativas para o país.
Desde a adesão, há 40 anos, o país já recebeu mais de 100 mil milhões de euros em fundos europeus, aplicados sobretudo em infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, saneamento básico, educação e modernização administrativa.
Em termos económicos, de acordo com os gabinetes estatísticos europeu e nacional, entre 1986 e a atualidade o produto interno bruto (PIB) 'per capita' português em paridades de poder de compra passou de cerca de 50–55% da média da então CEE para valores próximos de 75% da média da agora UE, apesar de recuos na crise financeira.
A integração europeia incluiu ainda a entrada no espaço de livre circulação Schengen, a adoção do euro (em 1999, oficializada em 2002) e o acesso ao mercado único, que impulsionou exportações e investimento estrangeiro.
Em concreto, as exportações passaram de cerca de 15% do PIB nos anos 1980 para mais de 45% do PIB, com forte diversificação de mercados.
Ao mesmo tempo, aumentaram os níveis de escolaridade, a esperança média de vida e a cobertura de serviços públicos essenciais, consolidando ganhos económicos e sociais, embora persistam desafios em termos de produtividade e de rendimentos.
Num Eurobarómetro divulgado em meados de dezembro deste ano, 69% dos portugueses inquiridos afirmaram ter uma imagem positiva da UE, o valor mais alto entre os 27 países-membros, e 71% disseram confiar nas instituições europeias, também acima da média comunitária.
Também nesse estudo de opinião, Portugal constava entre os países com maior percentagem de cidadãos que consideram que o país beneficiou da adesão à UE.
