Autor: Lusa/AO Online
A iniciativa é da cooperativa Bio Azórica, com sede no concelho da Praia da Vitória, que nos últimos dois anos passou de dois produtores certificados para 17, só na ilha Terceira.
"Eles começam a encontrar o seu caminho e com projetos já com uma dimensão interessante. Não é somente o que se tem falado das hortas comunitárias e biológicas, são pessoas que, efetivamente, num modo de produção biológica, começam a encontrar uma forma de investimento e de rendimento", salientou Mónica Oliveira, presidente da cooperativa, numa conferência de imprensa de apresentação da Bio Feira, na Praia da Vitória.
Segundo Mónica Oliveira, para este aumento tem contribuído a formação "constante" que a cooperativa tem dado sobre agricultura biológica, sendo que só no ano passado foram realizados cinco cursos, com uma carga horária de 40 a 50 horas.
Há dois anos, a Bio Azórica, em cooperação com a autarquia da Praia da Vitória, abriu um mercado biológico, onde, para além da venda de produtos crus ou transformados, são servidas refeições.
De acordo com a presidente da Bio Azórica, o mercado, que abre de sexta-feira a domingo, vende todos os fins-de-semana entre 400 a 500 quilos de produtos hortícolas e frutícolas biológicos, produzidos na ilha Terceira, e serve entre 25 a 30 refeições por dia.
Atualmente, a Bio Azórica importa apenas produtos transformados, como compotas, massas ou biscoitos, mas antes de terminar os três anos de mandato a atual direção pretende "criar uma unidade de transformação".
"O consumidor biológico exige de nós constantemente a procura de todos os produtos em modo de produção biológico", salientou Mónica Oliveira, explicando que, para além dos produtos alimentares, é possível ter outros produtos biológicos como vestuário, cosmética, produtos de limpeza, detergentes ou champôs.
Segundo a presidente da cooperativa, a venda de produtos biológicos não é feita só no mercado e os consumidores são conquistados desde cedo.
"Estamos constantemente a tentar incutir nas outras superfícies, em restaurantes, em colégios que comecem a introduzir esta forma de alimentação. Temos, por exemplo, um colégio em Angra do Heroísmo, que faz um dia por semana uma sopa inteiramente biológica", frisou.
Para o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, o mercado biológico permitiu que a cooperativa tivesse uma estrutura onde fosse possível escoar o produto e ao mesmo tempo angariar novos produtos, mas é preciso continuar esse trabalho.
"O que se pretende com esta feira é cada vez mais passar informação para o mercado consumidor, não só da existência ou daquilo que podem encontrar neste mercado e neste projeto, mas simultaneamente juntar mais um punhado de credibilidade junto dos produtores", salientou.
A Bio Feira vai contar também com várias atividades culturais e uma quinta pedagógica para atrair à Praia da Vitória mesmo quem ainda não é adepto dos produtos biológicos.