PPM quer preservar sotaques e "falares" dos Açores

O PPM apresentou no parlamento dos Açores uma resolução em que pede ao Governo Regional para tomar medidas urgentes que protejam e dignifiquem os sotaques das ilhas, assim como alguns termos que se usam no arquipélago.


O presidente do Partido Popular Monárquico (PPM) e deputado na Assembleia Legislativa dos Açores, Paulo Estêvão, lembrou que por causa do isolamento das ilhas, ao longo de séculos, "muita da linguagem popular açoriana é um exemplo de expressão arcaica, quer nos termos, quer na fonia dominante", havendo expressões e palavras "muito próximas da escrita" dos autores do século XVI.

Apesar do "tesouro cultural que constituem os diversos falares açorianos", que "integram o núcleo fundamental da identidade açoriana", existe um estigma em relação aos sotaques dos Açores, patente nos meios de comunicação social e a outros níveis institucionais, considerou Paulo Estêvão.

O deputado referiu que as televisões nacionais "legendam com frequência" reportagens feitas nos Açores, sobretudo na ilha de São Miguel, e que mesmo na emissão regional da televisão e rádio pública "a quase totalidade dos apresentadores e jornalistas expressam-se na modalidade padrão da língua portuguesa, em absoluto contraste com a as variantes linguísticas utilizadas pelos seus espetadores e ouvintes".

Esta "enorme pressão uniformizadora por parte da norma-padrão da língua portuguesa" estende-se, para Paulo Estêvão, ao "espaço institucional", como o parlamento dos Açores ou as escolas da região.

O deputado defendeu, por isso, na apresentação da resolução no plenário do parlamento dos Açores, a adoção "com urgência" de "medidas que contribuam para a proteção, dignificação, conhecimento e uso descomplexado dos diversos falares açorianos".

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