Açoriano Oriental
Piscinas do Nordeste vendidas à ‘Casa Cheia’ por menos de 1 ME

Damião de Medeiros, Lda., dona da rede de lojas Casa Cheia, adquiriu o complexo de piscinas municipais à Caixa Geral de Depósitos

Piscinas do Nordeste vendidas à ‘Casa Cheia’ por menos de 1 ME

Autor: Paulo Faustino

A empresa Damião de Medeiros, Lda., dona da rede de lojas Casa Cheia, adquiriu o Complexo Desportivo de Piscinas do Nordeste à Caixa Geral de Depósitos (CGD) por menos de um milhão de euros, colocando um ponto final num processo que se arrastava há 17 anos.

Segundo apurou o Açoriano Oriental, o imponente edifício na vila começou a ser construído em 2007 depois de ter sido criada uma sociedade para o efeito, a Gedernor SA, tendo como acionistas a empresa municipal Nordeste Ativo, com 49%, e um grupo de privados, com 51%.

O investimento inicial de cerca de 7,5 milhões de euros (ME) incluiu uma piscina de 25 metros destinada à competição, um tanque de aprendizagem, sistemas de tratamento da água e aquecimento,  balneários e valências para a prática de ginástica de manutenção, com possibilidade de serviço de restauração e instalação da biblioteca municipal.

Apesar do avultado investimento para um município que serve apenas cerca de 5 mil habitantes, as piscinas cobertas do Nordeste nunca chegaram a funcionar e, desde a sua construção, estão ao abandono e a degradar-se. Inclusive com sinais de pilhagem de materiais, visíveis do exterior do edifício.

O historial

Após um processo negocial falhado entre a empresa de construção Irmãos Cavaco e a CGD, e com uma dívida de 9,6 milhões de euros, a Gedernor acabou por ser declarada insolvente pelo Tribunal da Ribeira Grande em 2014.

A Caixa Geral de Depósitos financiou o empreendimento, mas nunca recebeu qualquer valor pelo empréstimo contraído, o qual atingia em 2013 os 6,3 ME. Por essa circunstância, o imóvel nunca saiu da posse do banco público.

O complexo de piscinas municipais foi colocado à venda em hasta pública, depois de em 2015 o tribunal ter aceite uma proposta da administradora de insolvência nesse sentido. Mas não apareceu quem o quisesse comprar. Tiveram de passar anos até que essa aquisição fosse concretizada pela Damião de Medeiros, Lda., por menos de um milhão de euros.

O Açoriano Oriental sabe que a formalização da escritura de compra do imóvel aconteceu recentemente, sendo possível que o edifício se transforme na maior loja Casa Cheia do Nordeste ou, então, num empreendimento turístico.

Ontem, tentámos contactar o responsável da empresa para obter um esclarecimento sobre o assunto, mas em vão.

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