Açoriano Oriental
Peregrinação de maio ao maior santuário português com sotaque brasileiro
A peregrinação de maio ao Santuário de Fátima, que começa esta terça-feira, vai ter sotaque brasileiro, prevendo-se a presença de centenas de fiéis deste país, sobretudo de Aparecida, cujo arcebispo preside às celebrações.

 

“É uma peregrinação com uma presença muito grande de brasileiros e, por isso também, com sotaque, é claro, brasileiro, a mesma língua falada com dois sotaques diferentes”, disse à agência Lusa o cardeal arcebispo de Aparecida, Raymundo Damasceno Assis.

Os santuários de Fátima, no distrito de Santarém, e da Aparecida assinalam em 2017, respetivamente, o centenário das aparições e o tricentenário da descoberta da imagem de Nossa Senhora da Conceição em Aparecida, tendo as comemorações conjuntas iniciado há um ano.

Na ocasião, uma comitiva do santuário português deslocou-se a Aparecida, onde foi entronizada uma imagem da Virgem de Fátima.

Agora, explicou o arcebispo brasileiro, é a vez de retribuir a visita, que coincide, também, com a entronização no Santuário de Fátima, junto da escadaria norte, de uma imagem de Aparecida, o que vai ocorrer hoje, após a abertura oficial da peregrinação, às 18:30.

“Eu acho que vai ser uma emoção, uma emoção maior, porque vir a Fátima e ter Fátima e Nossa Senhora da Aparecida é muito especial para nós”, afirmou Sérgio Franco, brasileiro de 60 anos de São Paulo, que se fez peregrino a pé, com a mulher, numa jornada que começou em Celorico da Beira, distrito da Guarda.

Miriam Franco, de 54 anos, que se apaixonou por Fátima, comparou os “romeiros” que no Brasil fazem “o caminho da fé” rumo a Aparecida e os peregrinos que em Portugal trilham as estradas para chegar ao santuário português: “Brasileiros, portugueses, todos irmãos, até nas Nossas Senhoras”, resumiu.

“Nós apaixonámo-nos por Fátima, este lugar é mágico e já é a quarta vez que vimos”, salientou a peregrina.

Há três anos, o casal de empresários ajudou um amigo português a cumprir uma promessa e gostou tanto da caminhada que têm repetido, agradecendo a ajuda que receberam durante percurso de pessoas que “lavam os pés dos outros, curam as feridas”.

Miriam Franco acrescentou que, apesar de ter visto muitas igrejas pelo mundo, Fátima tem uma “energia” que não sabe explicar.

O marido adiantou que a visita a Fátima é para agradecer.

“Conseguimos ter uma vida relativamente boa, temos filhos, temos netos, só vimos aqui agradecer tudo o que de bom acontece na nossa vida, vimos rezar pelos nossos amigos, para que a nossa vida progrida, para que o nosso casamento fique mais forte e pedir para que haja um mundo melhor, de paz”, declarou.

Outro brasileiro, que transporta no nome uma promessa que a bisavó fez em honra da Virgem de Aparecida quando ao nascer “estava para morrer”, cumpriu por estes dias o sonho de estar em Fátima.

“[É] a realização de um sonho muito grande, muito antigo, não só meu, mas de muitas pessoas de minha família que gostariam de estar aqui agora e estão comigo aqui no meu coração”, afirmou Donizeti Aparecido Camargo, de 57 anos, gestor de eventos de São Paulo, que se deslocou a Fátima pela “fé e devoção”.

O peregrino referiu que a 12 de outubro, dia da Virgem da Aparecida, “o movimento é tão grande” como o que viu em Fátima, a cuja Virgem pede saúde, paz e que cuide, “principalmente, das famílias”.

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