Açoriano Oriental
PCP preparado para eleições antecipadas mas afasta cenário para já

O secretário-geral do PCP disse que o partido está preparado para eventuais eleições legislativas antecipadas, mas afastou, por enquanto, esse cenário, opinando que é também esse o entendimento da maioria da população.

PCP preparado para eleições antecipadas mas afasta cenário para já

Autor: Lusa/AO Online

“Se formos para eleições, estamos preparados. O que achamos é que essa questão não se coloca neste momento e até acho que está muito longe daquilo que a maioria do nosso povo entende que deve ser o caminho”, considerou Paulo Raimundo, pouco antes do início de uma reunião dos líderes dos partidos que integram a esquerda no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

O secretário-geral comunista rejeitou entrar em discussões para empolar “eventuais crispações” entre o Presidente da República e o primeiro-ministro por considerar que estão a “desviar a atenção daquilo que é fundamental”: “Concentremo-nos nos problemas das pessoas, isso é que é preciso resolver, se houver eleições estamos preparados para isso”.

Acompanhado pelo membro da Comissão Política do Comité Central do PCP João Ferreira, antigo eurodeputado, e pelos dois eurodeputados do partido, Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, o dirigente comunista considerou que “não há razão nenhuma” para dissolver a Assembleia da República, criticando a “permanente afirmação de vai haver, não vai haver, é hoje, é amanhã, para o ano”.

Na opinião de Paulo Raimundo, a ideia de dissolução é alimentada por Marcelo Rebelo de Sousa.

“Podemos fazer muitas críticas ao Presidente da República, agora há uma coisa que não podemos dizer: é que o Presidente não tem falado. Aliás, se há coisa que tem feito é falado sobre a situação, não se pode dizer que tenha a escondido o seu pensamento”, afirmou.

Ao Presidente da República, o secretário-geral comunista elogiou “o dom da palavra” e considerou que “é preciso também ter em conta a [sua] opinião”.

“Se o Presidente perguntasse a minha opinião, diria aquilo que disse aqui: devíamos considerar toda a nossa força, todos os instrumentos que temos ao nosso dispor, para resolver os problemas das pessoas. Quem nos está a ouvir só está preocupado em saber se vai ou não haver eleições porque a gente fala nisso todos os dias”, defendeu.

Paulo Raimundo recordou que em 2021, aquando da dissolução do parlamento por causa do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, “fez-se uma chantagem brutal” em nome da estabilidade política, mas “depois de uma maioria absoluta a instabilidade está aí”.

O secretário-geral do PCP desvalorizou o almoço, na quarta-feira, entre os presidentes do PSD, Luís Montenegro, e da IL, Rui Rocha, por considerar que "é normal" que os dois partidos de direita "encontrem pontos de convergência", acusando-os de conivência com os interesses dos grandes grupos económicos.


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