Açoriano Oriental
Nobre defende que Governo de Luanda conceda a Cabinda parte dos recursos retirados da província
O candidato à presidência da República, Fernando Nobre, defendeu hoje que o Governo de Luanda conceda a Cabinda parte dos recursos financeiros retirados daquela província que deve encontrar autonomia administrativa e financeira no quadro da unidade de Angola.

Autor: Lusa / AO online

“Acredito que Cabinda tem que encontrar a sua autonomia administrativa e financeira no quadro da unidade de Angola e que o Governo Angolano tem que conceder exactamente uma parte significativa dos recursos financeiros que são retirados de Cabinda para fazer desta uma província angolana com o desenvolvimento económico, social e cultural que sirva as populações”, disse `hoje à Lusa o candidato presidencial Fernando Nobre.

Co-fundador da Associação do Tratado de Simulambuco, Fernando Nobre defende que “Cabinda poderia ter sido um país independente” se “no momento da independência de Angola os fundamentos do tratado de Simulambuco tivessem sido bem entendidos”.

Mas, “como assim não aconteceu”, acrescenta, “o quadro de uma unidade nacional angolana é hoje inquestionável em termos internacionais” pelo que apela “a que as pessoas [governo angolano e a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC)] se possam sentar à mesa das negociações e chegar por consenso a um acordo”.

O apelo surge um dia depois de o presidente interino da FLEC, Alexandre Builo Tati, que encabeça o auto-denominado “movimento renovador” dessa organização, ter defendido o “diálogo entre angolanos e cabindas”, como via para resolver o conflito de Cabinda.

O conflito de Cabinda, opõe naturais do enclave ao resto de Angola, país de que faz parte desde 1975, ano da independência de Angola, com a aceitação, da parte de Portugal, de anexar Cabinda ao território angolano

Fernando Nobre sublinha que “a população angolana está hoje sedenta de paz, estabilidade e desenvolvimento” e acredita na disponibilidade do governo para desenvolver negociações que ponham fim ao conflito e que permitam à população de Cabinda “olhar para o seu futuro, com confiança, sem medo e que possa alcançar o progresso que merecem, tendo em conta as riquezas fabulosas daquele território, nomeadamente o petróleo e as madeiras”.

Fernando Nobre falava nas Caldas da Rainha onde hoje almoça com militantes depois de durante a manhã ter inaugurado a sua sede de campanha e efectuado contactos com a população nas ruas da cidade.

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