Autor: Lusa/AO Online
António Costa assumiu estas posições na conferência de imprensa que se seguiu ao fim da reunião com os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, depois de interrogado se temia ser afastado da liderança dos socialistas caso não não seja bem sucedido nas negociações.
"Não estamos a negociar nem o meu cargo, nem os interesses do PS, mas a trabalhar pelo interesse dos portugueses e de Portugal", reagiu o líder socialista.
De acordo com a interpretação do secretário-geral do PS, o interesse de Portugal "é dispor de uma solução governativa que possa oferecer estabilidade nos próximos quatro anos".
"O interesse dos portugueses é termos uma solução governativa que corresponda à vontade inequívoca expressa pelos eleitores de uma grande ambição de mudança de política", disse.
Depois, o líder socialista vincou que nas últimas eleições legislativas "a direita obteve o segundo pior resultado de sempre na História da democracia portuguesa".
"Hoje, a coligação PSD/CDS deve ter a humildade de reaprender a governar nas novas condições que o parlamento tem e que os portugueses escolheram", declarou, antes de criticar o documento que lhe fora proposto por sociais-democratas e centristas sobre condições para um acordo de Governo.
Para António Costa, esse documento "não traduz um esforço suficiente, nem revela a preocupação por parte da coligação PSD/CDS face ao novo quadro parlamentar existente no país, onde é necessário um esforço efetivo que traduz uma mudança de política, que rompa com a estratégia de austeridade e de empobrecimento".
"A coligação tem de perceber que estamos num novo quadro parlamentar, que perdeu a maioria que tinha e que hoje tem de ter a humildade democrática de procurar com as outras forças políticas encontrar soluções que garantam um Governo - e que esse Governo possa ter estabilidade", insistiu o secretário-geral do PS.
Durante a reunião, que durou duas horas e 20 minutos, na sede nacional do PS, António Costa disse que os socialistas apontaram "17 ou 18 exemplos de lacunas graves" constantes no documento.
Segundo o secretário-geral do PS, o trabalho da coligação PSD/CDS apresentado nesse documento "não dá centralidade à política de emprego, não fornece respostas concretas contra o empobrecimento, ignora a revisão dos escalões do IRS, a reposição dos salários da administração pública, a descida do IVA da restauração e a prioridade à educação de adultos".
"Insuficiência também na ausência de fornecimento por parte da coligação PSD/CDS e do Governo de informação indispensável ao suporte financeiro das medidas que apresentaram. Só assim se poderia avaliar a credibilidade do exercício que nos foi apresentado. Infelizmente não encontramos eco na coligação nas críticas que apresentámos", completou o secretário-geral do PS.
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