"Acho que a questão dos ativos russos imobilizados tem pernas para andar", disse Paulo Rangel em declarações aos jornalistas em Bruxelas.
No âmbito de uma reunião ministerial, o governante com a pasta da diplomacia considerou que até ao Conselho Europeu vai ser possível acomodar as "observações, para não dizer as preocupações, da Bélgica", que é o país da União Europeia (UE) que tem mais recursos russos concentrados e, por isso, seria o país mais afetado por esta decisão.
"Acho que vamos conseguir chegar a um acordo", defendeu Paulo Rangel, admitindo a dificuldade das negociações, mas sem considerar um cenário como o que apresentou a alta representa da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, durante a manhã de hoje.
No entanto, o ministro disse estar confiante de que vai ser possível dar garantias aos países "menos confortáveis" com esta proposta apresentada há duas semanas pela Comissão Europeia e que pode não só assegurar o financiamento da Ucrânia em 2026 e 2027, como também dar fôlego às contas dos países da UE.
Esta semana pode ser "muito importante para a Europa", mas também pode ser uma deceção, advogou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Sobre a intenção de fazer avançar o processo de adesão da Ucrânia à UE - é país candidato desde 2022 -, Paulo Rangel disse que Portugal apoia um incentivo nesse sentido, mas rejeitou uma adesão já em 2027.
