Açoriano Oriental
Miguel Macedo foi o 3º ministro a demitir-se no Governo de Passos Coelho
Miguel Macedo foi o terceiro ministro a demitir-se do XIX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, depois de Miguel Relvas em abril de 2013 e de Vítor Gaspar em julho do mesmo ano.

Autor: Ao/lusa

 

O ex-ministro da Administração Interna, que anunciou hoje a demissão pelo envolvimento de pessoas que lhe são próximas nas investigações à alegada corrupção na atribuição de vistos 'gold', tornou-se o quarto ministro a sair do executivo, depois de Álvaro Santos Pereira, ter sido exonerado em julho deste ano da pasta da Economia, sendo substituído por António Pires de Lima.

A saída do Governo de Miguel Relvas, em abril do ano passado, na altura ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, implicou a primeira mudança ao nível de ministros no executivo PSD/CDS-PP ao fim de 22 meses.

Na altura, Miguel Relvas, considerado o "braço-direito" político do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que saía “por vontade própria”. “É uma decisão tomada há varias semanas conjuntamente com o senhor primeiro-ministro. E saio, apenas e só, por entender que já não tenho condições anímicas para continuar”, afirmou.

A passagem de Miguel Relvas pelo XIX Governo foi marcada por diversas polémicas, relacionadas com a sua licenciatura, com as suas relações com o antigo diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, e alegadas pressões a jornalistas.

Quatro meses depois, demitia-se Vítor Gaspar, ministro do Estado e das Finanças.

Numa carta dirigida na altura ao primeiro-ministro, Vítor Gaspar justificava que a urgência da sua demissão era agora “inadiável” e revelava que a primeira vez que manifestou a vontade de sair do Governo foi em outubro de 2012, depois do primeiro acórdão do Tribunal Constitucional (TC), a 5 de julho, que determinou a inconstitucionalidade da suspensão dos subsídios a funcionários públicos e pensionistas, por violar o princípio da igualdade.

Na missiva, salientava que a sua demissão lhe pareceu inevitável depois do segundo acórdão do TC, já em abril de 2013, salientando que só aceitou ficar nessa altura para evitar uma “situação dramática” para o país.

Vítor Gaspar referiu ainda que não dispunha de condições de “credibilidade e confiança” (que considerava terem sido minadas pelos sucessivos desvios no défice e na dívida) para prosseguir uma nova fase do ajustamento, mais virada para o investimento.

Também em julho houve um outro pedido de demissão, este de Paulo Portas enquanto ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, mas que acabou por não se concretizar

A 02 de julho, Portas apresentou o pedido de demissão ao primeiro-ministro, dizendo que a decisão era irrevogável.

Na altura, Paulo Portas contestava a escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois de a saída de Vitor Gaspar, com quem tinha "conhecidas diferenças políticas", "permitir abrir um ciclo político e económico diferente".

Entretanto, Pedro Passos Coelho propôs e Cavaco Silva aceitou, a 23 de julho, que Paulo Portas assumisse o cargo de vice-primeiro-ministro, sendo substituído por Rui Machete nas funções de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que exercia desde a posse do executivo, em junho de 2011.

 

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