Açoriano Oriental
Marienses competem em prova mundial de CanSat

Grupo de portugueses, no qual estão incluídos quatro naturais da ilha de Santa Maria, vão participar no World CanSat Championship 2024 que decorre de 12 a 15 de setembro em Aveiro

Marienses competem em prova mundial de CanSat

Autor: Rafael Dutra

Depois do primeiro lugar conquistado no ano passado a 13  outubro, na European Cansat Competition, em Brescia, Itália, que lhes valeu o bilhete para o Campeonato Mundial de CanSat Universitário de 2024, a equipa composta por estudantes e mentores da Universidade de Aveiro, pode se sagrar campeã mundial, nesta prova que decorre de 12 a 15 de setembro, em Aveiro.

Integram esta equipa os alunos Lucas Pinto e Pedro Soares, de Santa Maria, bem como Gonçalo Ferreira e Filipe Lopes. Na vertente de mentores, fazem parte do grupo Henrique Chaves e Jerry Cunha, também marienses, e Juan Nolasco.

Em entrevista ao Açoriano Oriental, Lucas Pinto explica que esta “aventura” começou há cerca de um ano e meio. Ao saber da competição de CanSat em Brescia, este grupo de alunos e mentores falaram entre si e decidiram “aceitar o desafio”.

A maior parte dos marienses já se conheciam “desde miúdos”, acrescenta, adiantando que os restantes eram “colegas de universidade”, do mesmo curso, sendo que este conjunto de alunos está a tirar Mestrado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, e, no caso de Lucas, Mestrado em Computadores e Telemática.

Questionado sobre a participação em Itália, o jovem diz  foi uma experiência muito boa, o que lhes motivou a querer continuar neste próximo evento.

“Claro que toda a gente quer ganhar, mas o nosso objetivo principal era, acima de tudo, divertimo-nos e tentar aplicar os nossos conhecimentos na prática e íamos ver o que é que dava. Saímos muito bem na primeira competição, conseguimos ganhar, o que foi extremamente gratificante e dá-nos mais energia e vontade de continuar a melhorar e aprender mais. Por isso é que também decidimos vir para esta segunda competição”, afirma.

Um dos mentores deste grupo, Henrique Chaves, revela que “na competição em Itália apareceu uma equipa com apresentações e um sistema que parecia um bocado mais complexo” que o da equipa lusitana, mas tendo em conta que os portugueses se fixaram em traçar e cumprir os objetivos e as diretrizes incutidas às equipas, conseguiram vencer. O grupo não se quis focar em: “estar aqui a inventar objetivos complexos que nos pudessem atrapalhar as missões”, adianta o mentor.

“Quando chegámos lá percebemos que podia haver, ou havia uma boa hipótese das coisas correrem bem. No lançamento correu tudo minimamente dentro do esperado e alcançamos uma boa posição [o primeiro lugar]”, diz, por seu lado, o aluno Pedro Soares.

As características de avaliação nesta próxima competição mudam um pouco. “Vai haver um aumento do peso, o que nos permite inventar mais um pouco, até porque a missão é um pouco diferente do habitual. Este Cansat vai ter de estar na água e consequentemente deverá flutuar, ou pode não flutuar, mas tem de arranjar um mecanismo de não se estragar e de conseguirmos recuperá-lo. Temos uma ideia que ainda está a ser testada, mas esperamos que seja uma boa novidade”, acrescenta o aluno.

Na perspetiva dos mentores, o pensamento tem de ser o mesmo, cumprir o que é pedido, com o máximo esforço e empenho, neste novo cenário.

“Aqui para este Cansat, muda muito a missão, a parte de ser a primeira competição de Cansat que nos requer uma missão de sobrevivência à água, é um grande grau de objetivo e acho que vamos, outra vez, com o mesmo pensamento, o mesmo empenho, cumprir os requisitos que nos pedem, dar o máximo com aquilo que temos, não inventar e manter sempre o processo o melhor possível para fazer um trabalho coeso”, sustenta Henrique Chaves.

Na opinião de Pedro Soares, através dos desafios “surgem sempre possibilidade de aprender coisas que não seria tão fácil nas aulas”.  Nesse sentido, aponta que com a “ajuda deste grupo maravilhoso”, tudo se torna “mais fácil”: “Em relação à minha prestação há sempre espaço para melhorar, mas acho que faz parte do crescimento e é sempre uma mais valia”, acrescenta.

Por fim, Henrique Chaves enaltece o apoio da Universidade de Aveiro, que lhes permitiu participar na competição, bem como o apoio “técnico e financeiro do grupo de sistemas de rádio do Instituto de Telecomunicações de Aveiro”, e do grupo Sinuta.

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