Autor: Lusa/AO online
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava perante alunos do 6.º ano da Escola Básica e Integrada Gaspar Frutuoso, na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, deu exemplos de possíveis interpretações dos jornalistas.
"O Presidente, quando passou pelo presidente do parlamento, em vez de o abraçar duas vezes abraçou só uma e, quando passou pelo primeiro-ministro, em vez de abraçar imenso, de repente só deu um aperto de mão - atenção, aquilo está frio!", ilustrou.
O chefe de Estado abordou este tema porque uma aluna lhe perguntou "como é ter tantos jornalistas atrás", ao que respondeu de imediato: "Atrás, à frente, ao lado, em cima e em baixo. Quer dizer, os jornalistas estão em toda a parte".
Perante as crianças com idades entre os 11 e os 12 anos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não se pode distrair, porque os jornalistas "andam atrás, por boas e más razões", e "as más razões" são que "eles andam à pesca de qualquer coisa de picante".
Segundo o chefe de Estado, "a grande notícia é, de repente, haver um menino que chega ao pé do Presidente e diz: aquele professor é péssimo - atenção, a escola está em crise", ou então "haver uma manifestação de professores".
"Ou então um professor a correr para abraçar o Presidente tropeçar e partir uma perna. É notícia - o Presidente dá azar àquela escola. Ou então haver uma menina que diga assim: eu não gosto nada do Presidente, acho que é péssimo Presidente, porque isso dá logo notícia - contestação na Escola Gaspar Frutuoso relativamente ao Presidente da República, a juventude não está com ele", prosseguiu, fazendo rir os alunos.
Marcelo Rebelo de Sousa queixou-se de que, por exemplo, numa fábrica de laticínios, os jornalistas perseguem-no, "a ver se se descai", com perguntas do género: "Diga lá, Presidente, é mais difícil fazer queijos ou dar-se com o primeiro-ministro? É mais difícil fazer leite bom ou ter um Governo bom?".
"Portanto, eu tenho de estar cheio de atenção", acrescentou.
O Presidente da República falou ainda dos jornalistas que tentam apanhá-lo "distraído à entrada da casa de banho ou à saída da porta, para fazer uma pergunta que os outros não ouvem, baixinho".
"Tem de se viver com eles. Perguntarão porque é que eu conheço tão bem os jornalistas. Porque eu durante 40 e tal anos vivi no meio de jornalistas e conheço-os muito bem e, portanto, para mim já é difícil haver segredos de jornalistas. Mesmo assim, olho vivo", concluiu.
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