Autor: Lusa/AO online
Num momento em que, entre os socialistas, já há quem defenda que o seu cabeça de lista, Vasco Cordeiro, deve pedir a maioria absoluta aos eleitores, a candidata do BE insistiu que uma vitória relativa obrigaria o PS a “um exercício que ele não faz há muito tempo, que é o exercício da humildade democrática, do diálogo, da auscultação, do ouvir e reconhecer valor e justiça dos outros partidos, independentemente daquilo que eles são”.
“Os açorianos e as açorianas só ganhariam com uma maioria relativa do PS ou de qualquer outro partido", porque essa solução "permite aos partidos da oposição fazerem valer a razão de ser e a mais-valia das suas propostas”, afirmou, Zuraida Soares, à margem de uma ação de campanha na Ribeira Grande.
Zuraida Soares reafirmou a posição do BE de não integrar um governo dos “partidos da ‘Troika’” ou mesmo de fazer um “acordo parlamentar”.
“O BE/Açores não integrará, sob nenhum pretexto e em nenhuma circunstância, um futuro Governo do PS que decorra das próximas eleições do dia 14”, garantiu.
A candidata bloquista sublinhou que “uma coisa é não impedir a constituição de um governo minoritário, e isso chama-se democracia”, porque é também “aceitar a escolha e a decisão maioritária dos eleitores açorianos”.
Zuraida Soares lamentou a “decisão trágica” do Governo da República de não renovar contratos de trabalho com cerca de 40 mil funcionários públicos.
“Aquilo que eu pergunto diretamente à doutora Berta Cabral (PSD) e ao doutor Artur Lima é se concordam com a decisão do Governo da República”, afirmou Zuraida Soares, estendendo o desafio ao candidato do PS, Vasco Cordeiro, para esclarecer se vai aplicar essa medida na região, caso vença as eleições.
Na primeira sessão do futuro parlamento regional, o BE vai voltar a apresentar uma proposta para adaptar o código de trabalho à região, minimizando assim os seus impactos, revelou.
Zuraida Soares lamentou ainda a anulação do debate televisivo na RTP/Açores entre os candidatos, devido a uma queixa de dois partidos que exigiam um programa com as 12 forças partidárias que concorrem à seleições regionais.
A dirigente do BE afirmou que a anulação do debate veio “sonegar aos eleitores e eleitoras açorianas uma oportunidade de esclarecimento, informação e até de contraditório”, salientando que a proposta da RTP/Açores de fazer dois debates, um com os que têm assento parlamentar e outro com os restantes, era uma solução “razoável”.