Açoriano Oriental
Líder do PS/Madeira diz que tem de haver “capacidade de diálogo” com Governo Regional

O líder do PS/Madeira, Emanuel Câmara, disse este sábado que o partido tem de ter "capacidade de diálogo" com o Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, vincando que assim poderá contribuir para encontrar as "melhores soluções" para a população insular.


Autor: AO Online/ Lusa

"Temos de ter essa capacidade de diálogo, temos de defender as nossas ideias, os nossos princípios, pensando sempre nos madeirenses e porto-santenses, mas também temos de ter a tal capacidade, numa vivência democrática, de ir ao encontro daquilo que é apresentado em termos governamentais", afirmou.

Emanuel Câmara falava no encerramento das jornadas parlamentares do PS/Madeira, no Funchal, onde também discursou o deputado Paulo Cafôfo, cabeça de lista do partido nas eleições regionais de 22 de setembro, em que os socialistas obtiveram o melhor resultado de sempre, elegendo 19 deputados.

Paulo Cafôfo orientou a intervenção numa perspetiva diferente do líder do partido, considerando que o atual Governo Regional apresenta um "’mix’ patológico", marcado por "falsas esperanças", bem como pela negação dos problemas e o adiamento de soluções.

"Há uma agitação improdutiva", afirmou o deputado, que concorreu como independente, mas, entretanto, se tornou militante e é agora um potencial candidato à liderança do PS regional.

"Eu diria que um sistema político agitado significa que temos uma sociedade irritada. Isto não é benéfico para ninguém", disse Paulo Cafôfo, sublinhando que a estabilidade política não passa por ter maioria absoluta nem fazer acordos como o PSD e o CDS, mas sim garantir a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Já o líder do PS, que interveio logo após Paulo Cafôfo, vincou que o "trabalho para derrubar" o PSD no arquipélago terá de ser feito com os "pés bem assentes no chão", mas também "dialogando com o Governo Regional para ir ao encontro das melhores soluções dos madeirenses e porto-santenses".

Emanuel Câmara considerou, no entanto, que os madeirenses "não queriam" um governo de direita, embora este tenha de ser aceite tendo em conta o "cenário democrático” em se vive.

"Por isso, temos uma responsabilidade acrescida, pela dimensão e capacidade do nosso grupo parlamentar, para um trabalho profícuo, sempre em sintonia e perspetivando o bem-estar de todos os madeirenses e porto-santenses", disse Emanuel Câmara.

Nas eleições legislativas regionais de 22 de setembro, o PSD perdeu a maioria absoluta com que sempre governara a região autónoma, tendo eleito 21 deputados, num total de 47 que compõem o parlamento regional, mas estabeleceu um acordo de governo com o CDS-PP, que conta com três deputados.

O líder socialista, que foi eleito deputado, mas renunciou para continuar como presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, norte da ilha, alertou, por outro lado, para a importância das eleições autárquicas de 2021, considerando-as "determinantes para o futuro da região" e "fundamentais para afirmar o Partido Socialista" na Madeira.

"E ninguém pode pensar: eu sou deputado, não tenho nada a ver com isso. Estão muito enganados. Todos nós temos de dar o corpo ao manifesto, temos de dar o máximo, custe o que custar", advertiu.


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