Açoriano Oriental
Caso Madeleine
Investigação conta hoje com seis inspectores, mas já teve 100
A investigação do caso Madeleine McCann, que desapareceu há cinco meses no Algarve, está reduzida a uma brigada de seis pessoas, quando chegou a contar com cerca de 100 inspectores da Polícia Judiciária, disse hoje à Lusa fonte policial

Autor: Lusa / AO online
    Em entrevista à Lusa, o presidente da Associação dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) explicou que, se no início o caso do desaparecimento de Madeleine contou com o trabalho de cerca de 100 agentes, hoje a equipa reduz-se a uma brigada de cinco inspectores e um chefe, uma redução que classifica de "normal".

    "A partir do momento em que a hipótese de desaparecimento da criança por sua livre vontade foi abandonada, não fazia nenhum sentido manter aquele número de pessoas [cerca de 100] na investigação do caso", observa Carlos Anjos, recordando que se diminuiu para cerca de 40 o número de pessoas envolvidas e actualmente está uma brigada a investigar o caso.

    Segundo o presidente da ASFIC, em todos os processos policiais é normal que exista uma redução do número de elementos, mas Carlos Anjos salvaguarda que quando o líder da equipa decide fazer determinadas diligências pede reforços, como aconteceu, por exemplo, no episódio das buscas à casa de Robert Murat, um dos três arguido no processo, com Kate e Gerry McCann, os pais da menina desaparecida.

    Neste momento, a Polícia Judiciária, além de todas as pistas que vão aparecendo, está a trabalhar numa linha de investigação em que, do ponto de vista operacional, "é contraproducente ter mais pessoas do que aquelas que estão", sublinha Anjos.

    O elevado número de policiais no terreno no início das investigações justificava-se por haver a possibilidade de Madeleine ter aberto a porta ter saído pelo próprio pé e ainda estar viva naquelas primeiras horas, referiu o inspector da Judiciária, recordando que os McCann não conseguiam [na altura] precisar se a porta estava fechada ou aberta.

    A experiência policial e a medicina dizem que uma criança com quase quatro anos e com a temperatura que estava em Maio, se tivesse saído pelo próprio pé do apartamento e fosse encontrada nas 48 horas seguintes poderia estar viva num raio de cinco quilómetros quadrados.

    Durante as investigações, o raio aumentou para 10 quilómetros e depois, como margem de segurança, as buscas aumentaram-se para 15 quilómetros, com cães da GNR, concluindo-se que era impossível uma criança daquela idade ter andado mais do que aquela distância.

    Desdramatizando o facto de um caso tão mediático como o de Madeleine McCann estar reduzido a uma brigada de meia dúzia de elementos, o presidente da ASFIC diz que o mesmo acontece com o número de jornalistas que acompanham o caso.

    Nos primeiros dias os jornalistas estavam às dezenas na Praia da Luz e agora o caso foi dado a um jornalista ou um correspondente no local, o que não significa que o trabalho de investigação não continue, afirma.
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