Açoriano Oriental
Governo dos Açores termina negociações com sindicatos dos professores

O Governo Regional dos Açores terminou hoje as negociações com os sindicatos dos professores e deverá aprovar na segunda-feira o diploma que prevê a recuperação integral do tempo de serviço congelado dos docentes, faseada por seis anos.

Governo dos Açores termina negociações com sindicatos dos professores

Autor: Lusa/AO online

“Vamos conferir a este processo a máxima celeridade. A intenção que tenho é, se possível ainda hoje, remetê-lo para o gabinete da presidência, para que o diploma possa ser analisado em Conselho de Governo a realizar na próxima segunda-feira, dia 07. Creio que isto corresponde ao interesse da generalidade dos professores do arquipélago”, adiantou o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses.

O governante falava, em Angra do Heroísmo, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião suplementar pedida pelo Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), com o qual já se tinha reunido em 11 de dezembro, um dia depois de ter recebido o Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA).

O presidente do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, anunciou em novembro, na Assembleia Legislativa da Região, que iria dar indicações para a abertura de negociações com os sindicatos dos docentes para a recuperação integral do tempo de carreira congelado (sete anos no caso dos Açores), de forma faseada, em seis anos, a partir de setembro de 2019.

O SDPA pediu uma reunião suplementar para apresentar uma contraproposta, em que defendeu a recuperação do tempo de serviço em cinco anos, com efeitos em janeiro de cada um dos anos.

Apesar de não ter qualquer compromisso do executivo açoriano, o presidente do SDPA, José Pedro Gaspar, saiu da reunião com expectativas de que o diploma fosse alterado.

“Vamos dar oportunidade ao Governo para ponderar sobre as nossas propostas, refletir sobre as nossas propostas e naturalmente melhorar o diploma que foi apresentado e é essa a expectativa com que nós ficamos”, avançou.

Questionado pelos jornalistas, o secretário regional da Educação e Cultura reiterou, no entanto, que o diploma prevê a recuperação do tempo de serviço em seis anos.

“Nós tivemos a preocupação de apresentar uma proposta que seja viável, uma proposta viável é uma proposta exequível. Nós não podemos ir mais além do período que efetivamente estabelecemos. É uma questão de equilíbrio e de boa gestão das contas públicas”, salientou.

O SPDA propôs ainda a correção de um “prejuízo de três anos que decorreu da transição entre carreiras” e que, segundo José Pedro Gaspar, já foi “reconhecido pelo próprio presidente do Governo Regional”.

“O que acontece é que os professores da Região Autónoma dos Açores só passam do primeiro para o segundo escalão, após completarem sete anos de tempo de serviço, apesar de o escalão ser de quatro”, disse.

José Pedro Gaspar salientou que esta situação cria “desigualdade entre administrações”, porque no continente os docentes sobem de escalão com quatro anos de serviço.

“A esmagadora maioria dos professores tem este prejuízo de três anos. Fazem uma carreira de 37 anos e não de 34”, sublinhou.

Em resposta, Avelino Meneses disse que o sindicato e o Governo Regional têm “posições diferenciadas sobre esse assunto”, reiterando que o estatuto da carreira docente nos Açores é “melhor do que na Madeira e no continente”.

“Nós temos nos Açores a carreira mais curta. Nós temos uma carreira que poderá ser completada num máximo de 37 anos. Só a partir de agora é que na Madeira vai passar a ser igual e no continente a carreira é efetivamente mais longa, entre outras razões pelo facto de o estatuto continental exigir quotas para acesso a certos escalões, nomeadamente o quinto e o sétimo”, realçou.


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