Açoriano Oriental
Energia
Geotermia é exemplo a seguir para a Europa
A geotermia, o calor do interior da terra convertido em energia eléctrica, é uma realidade consolidada nos Açores que a Comissão Europeia sublinha como positiva e um exemplo a seguir para outras regiões comunitárias.

Autor: Paulo Faustino
O património geotérmico existente em São Miguel é mesmo considerado um “case study” para o Governo dos “Vinte e Sete”. E tanto assim é que aparece em lugar cimeiro num dossier audiovisual que pretende dar a conhecer o que de melhor cada região tem e faz para potenciar o progresso económico e social, incluindo a coesão territorial, na União Europeia.
Num vídeo de poucos minutos, o DVD “Growing Regions, Growing Europe” (Regiões a Crescer, Europa a Crescer) dá mérito à Ribeira Grande pelo investimento num tipo de energia renovável, amiga do ambiente, e que neste momento já é responsável por abastecer mais de 40% das necessidades energéticas de São Miguel. “Na Ribeira Grande, uma pequena cidade situada na ilha de São Miguel, a maior do arquipélago açoriano, duas estações de energia geotérmica produzem 161 gigawatts todos os anos, representando 43% das necessidades energéticas da ilha”. O DVD aborda, portanto, uma vertente científica. Mas também tem o seu quê de turístico, mais não seja porque mostra o verde da terra e o azul do mar, invadidos por fumarolas que se elevam das plataformas agarradas às “entranhas” da terra. Para a Comissão Europeia, o exemplo açoriano, no domínio da energia, é uma resposta válida para fazer face à dependência dos combustíveis geralmente usados para a produção de electricidade. Pelo menos a Comissária Europeia da Política Regional, Danuta Hubner, entende tratar-se de um contributo - do contributo açoriano - para melhorar a política energética da União Europeia nos próximos 20 ou 30 anos.
O virtuosismo da geotermia açoriana surgiu integrado no “Open Days - Semana Europeia das Cidades e Regiões”, realizado há dias em Bruxelas. Circunstância que o Director Regional do Ambiente aproveitou para dar uma lição sobre aquilo que os Açores já legislaram no seu parlamento: áreas marinhas protegidas. Frederico Cardigos, um dos oradores do seminário “Desenvolver uma Política Marítima Sustentável”, defendeu que a criação de áreas marinhas protegidas constitui uma “ferramenta essencial para a futura Política Marítima Europeia”. Que, sobretudo, pode gerar riqueza e acrescentar competitividade económica a regiões litorais da Europa, ao mesmo tempo que permite desenvolver a consciência e protecção ambiental, do ponto de vista de flora e fauna. Cardigos deu o exemplo do que se passa nos Açores, com a prática de um tipo de pesca não predador e com o ecoturismo. Mas também há pontos fracos. E esses o governante não tem qualquer dúvida em denunciar: ineficiência na fiscalização dos mares da Zona Económica Exclusiva e a centralização, por Bruxelas, das decisões sobre a gestão do mar açoriano.
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