Autor: AO Online/ Lusa
Um instituto científico do Ministério da Segurança chinês e oito empresas foram colocados na lista negra de Washington, que lhes impôs, nomeadamente, "restrições de acesso à tecnologia americana", indica o Departamento de Comércio, em comunicado.
Em outubro do ano passado, os Estados Unidos colocaram 28 organizações governamentais e comerciais chinesas na mesma lista, acusando-as de estarem implicadas na campanha de repressão contra a minoria muçulmana uigur e outras etnias.
Estas novas nove entidades "são cúmplices de violações de direitos humanos e abusos cometidos durante a campanha de repressão, detenções arbitrárias em massa, trabalho forçado e vigilância com recurso a alta tecnologia contra os uigures, os cazaques e outros grupos minoritários muçulmanos na região autónoma uigur de Xinjiang", acrescenta a mesma fonte.
Os Estados Unidos e numerosas organizações de defesa dos direitos humanos acusam a China de deter mais de um milhão de membros da comunidade uigur em "campos de reeducação" situados naquela região, situada no extremo oeste do país, junto à fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.
A China desmente e diz que se trata de centros de formação profissional destinados a ajudar aquela população a encontrar emprego e a desviá-la do islamismo e do terrorismo.
Em 2019, a região autónoma de Xinjiang foi palco de confrontos violentos e mortais entre a minoria uigur e o governo central de Pequim, que partilham uma longa história de discórdia.
Nas últimas décadas, a região presenciou uma intensa migração de chineses de etnia han, dominante, que, segundo a BBC, já compõem cerca de 40% da população de Xinjiang, enquanto os uigures representam 45%.
As novas sanções acontecem num momento de tensão entre os Estados Unidos e a China, no contexto da pandemia de covid-19.